quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

27 - O mundo perdido

27 - Sir Arthur Conan Doyle; O mundo perdido; Nova Alexandria; 2012; 184 páginas - Período de leitura: 15/12/2013 - 29/12/2013 

Comentário: 
               Conan Doyle conseguiu criar outro notável personagem além de seu detetive Sherlock Holmes, ele se chama Prof. Challenger. Uma espécie de herói inteligente mas irascível, intolerante e as vezes violento, e acima de tudo, completamente incompreendido e desacreditado, nos moldes do capitão Nemo de Julio Verne.


         Essa aventura foi inspirada e ambientada na fantástica e misteriosa região dos tepuis, montanhas em forma de mesa, com paredes verticais e cimo geralmente plano, com formações estranhas e labirínticas. Localizadas no norte do Brasil, fronteira com a Venezuela e a Guiana onde se localiza o Monte Roraima. 
         Em o Mundo Perdido, o prof. Challenger juntamente com o personagem narrador o jovem jornalista Edward Malone e outros exploradores aventureiros descobrem uma região isolada habitada por seres pré-históricos: dinossauros, homem macacos e índios primitivos, no meio da floresta amazônica.

Sinopse da wikipédia: 
O livro gira em torno de uma expedição a um platô na bacia amazônica da América do Sul, onde animais pré-históricos (dinossauros e outras criaturas extintas) ainda sobrevivem. Foi originalmente publicado como série na popular revista britânica Strand Magazine, e ilustrado pelo artista neo-zelandês Harry Rountree entre abril e novembro de 1912. O personagem Professor Challenger também foi introduzido neste livro. O romance também descreve uma disputa entre povos indígenas e uma tribo de homens-macacos.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

26 - O cão dos Baskervilles

26 - Sir Arthur Conan Doyle; O cão dos Baskervilles; Martin Claret; 2012; 185 páginas - Período de leitura: 02/12/13 - 15/12/13 

Comentário:

Com este livro encerro as novelas de Sherlock Holmes, Conan Doyle escreveu ao todo 60 obras sobre Sherlock, das quais 4 são novelas e 56 são os contos.
Há ainda até hoje quem acuse Conan Doyle de plagio, porém essa verdade o genial autor nunca negou, não é a toa que logo no primeiro livro, consta uma referência a C. Auguste Dupin de Edgar Alan Poe, o precursor de todos os detetives.
Entretanto ninguém poderá acusa-lo de não ter sido genial e de não ter dilapidado e elevado a singela criação de Poe a patamares míticos.
O Cão dos Baskervilles foi escrito em 1915, dez anos após Conan Doyle ter aposentado Sherlock Holmes, (praticamente assassinou Sherlock), no conto “O problema final”,.

Esta notável novela está entre as melhores histórias de mistério já escritas de todos os tempos.

Sinopse da editora: 

"O detetive Sherlock Holmes e seu fiel amigo dr. Watson retornam em mais uma série de mistérios, assassinatos, pistas e perseguições em 'O cão dos Baskerville'. O mistério a ser solucionado envolve a morte de Sir Charles Baskerville e um cão fantasmagórico que aterroriza os moradores da mansão Baskerville Hall. Esta obra traz o texto integral."

25 - Bobók

25 - Fiódor Dostoiévski; Bobók; Editora 34; 2013; 96 páginas - Período de leitura: 02/12/13 - 06/12/13

Comentário: 
        Pode obra tão pequena ser tão complexa? Os Críticos acham que sim, pois já escreveram centenas de páginas sobre este pequeno conto do grande mestre russo Dostoiévski.

      O narrador, observador Ivan Ivanovitch, escuta vozes em seu ouvido: bobók, bobok; Sai pra se divertir e acaba num cemitério, onde ouve um diálogo entre pessoas já falecidas.
Esta obra foi uma resposta a crítica, por vezes negativa, que Dostoiévski recebeu em seu último romance: Os Demônios, portanto o ácido conto Bobók é carregado de sarcasmo e muito humor. De acordo com o critica que consta no livro, realmente foi inteligentíssima a manobra de Dostoiévski, responder na área em que era mestre e que seus inimigos não tinham domínio.

Sinopse da editora: 

"A obra do escritor russo Fiódor Dostoiévski sempre despertou reações inflamadas da crítica. Aclamado já em seu primeiro romance, Gente pobre, incompreendido com o segundo, O duplo, nenhuma outra obra sua, porém, lhe rendeu ataques tão violentos quanto Os demônios, de 1871. É nesta situação que, em janeiro de 1873, ele assume o cargo de redator-chefe do Grajdanin, semanário de política e literatura de propriedade do reacionário príncipe Miescherski, o que compromete ainda mais sua imagem junto aos meios intelectuais e literários.

Primeiro texto de ficção publicado no Diário de um escritor, que então estreava como seção do Grajdanin, o conto Bobók, mais do que uma resposta genial do autor a seus críticos, é uma peça-chave do universo dostoievskiano: aquela que concentra, como numa cápsula, as principais aspirações criativas do escritor. Com prefácio de Paulo Bezerra, que verteu a obra para o português, e um texto esclarecedor do ensaísta russo Mikhail Bakhtin, esta edição conta ainda com oito desenhos magistrais de Oswaldo Goeldi, um dos raros artistas a criar um universo plástico à altura da obra excepcional de Dostoiévski."

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

24 - O vale do terror

24 - Sir Arthur Conan Doyle; O vale do terror; Martin Claret; 2012; 200 páginas - Período de leitura: 22/11/13 - 02/12/13

Comentário: Aguardando...

Sinopse da editora: 

"O centro da história de 'O Vale do Terror' se passa nos Estados Unidos, num vale inóspito do Leste, onde uma sociedade secreta implacável comete uma série de crimes e espalha terror na região. A narração tomou como base os Molly Maguires, uma organização que realmente existiu nos Estados Unidos."

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

23 - O signo dos quatro

23 - Sir Arthur Conan Doyle; O signo dos quatro; Martin Claret; 2009; 152 páginas - Período de leitura: 17/11/13 - 22/11/13

Comentário: 
      Conan Doyle, por alguma razão considerava suas histórias sobre o detetive Sherlock Holmes um tanto quanto “inferiores”. Talvez, um dos motivos tenha sido o fato de que seu personagem Sherlock suplantava de forma contundente seus romances históricos, os quais, Conan Doyle dava bem mais importância.

       O que Conan Doyle nem podia imaginar era que com sua genialidade criativa tinha criado verdadeiras obras primas, seu personagem tornou-se um estereótipo insuplantável de detetive, e isto é irrefutável! Suas histórias divertidas e complexas, sempre tão cheias de suspense e mistério, como é o caso deste O signo dos quatro, que traz uma cinematográfica cena de perseguição de barco em alta velocidade, (caldeira a carvão), sobre o rio Tâmisa.

Sinopse da editora: 
"Em 'O signo dos quatro', a história desenrola-se em 1888, na Inglaterra da rainha Vitória. A Índia dos marajás, o forte de Agra cercado pela rebelião dos sipaios e a prisão para forçados das ilhas Andamã são o cenário da aventura em que o detetive Sherlock Holmes se envolve, e que termina numa perseguição fluvial alucinante no Rio Tâmisa, em Londres."

22 - Um estudo em vermelho

22 - Sir Arthur Conan Doyle; Um estudo em vermelho; Martin Claret; 2012; 150 páginas - Período de leitura: 15/11/13 - 17/11/13

Comentário: 
Eu já havia lido há muito tempo, (na infância, há 25 anos atrás), este pequeno e genial livro de Sir Arthur Conan Doyle, porém não me lembrava mais da história, fui lembrando pouco a pouco, na medida em que ia lendo - de tão intrincada e criativa e por mais que me esforçasse para lembrar-me do final, era em vão.

A genialidade de Conan Doyle está no fato de que sua narrativa é frenética, empolgante, intrincada, complexa e criativa, e sobre tudo, completamente original. 

Tanto que, depois dele até os dias atuais, em termos de suspense policial de detetives, nada mais foi criado com essa originalidade e grandeza de fatos.

Em "Um estudo em vermelho" é curioso como Sir Arthur Conan Doyle desenvolve uma história dentro da outra a ponto de acharmos que ai há um engano. É simplesmente maravilhoso o encontro dessas histórias. 

Sinopse da editora: 

"O detetive Sherlock Holmes lamentava em sua casa o fato de não haverem mais crimes ou criminosos que valessem à pena serem solucionados e perseguidos, quando ele recebe uma misteriosa carta pedindo sua ajuda. Um cadáver foi encontrado em uma casa abandonada, sem nenhum sinal de arrombamento ou da natureza do assassinato. Isso basta para que Sherlock Holmes e seu fiel amigo dr. Watson partam em busca de pistas para desvendem o mistério de 'Um estudo em vermelho'."

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

21 - Primeiras Estórias

21 - João Guimarães Rosa; Primeiras Estórias; Nova Fronteira; 2005; 209 páginas - Período de leitura: 25/10/13 - 15/11/13

Comentário: 

     Só agora entendo porque se diz que Guimarães Rosa escreve em prosa, porém é como se escrevesse em poesia, e que, em cada palavra sua está contido um universo. O trecho a seguir retirado do conto “Nenhum, nenhuma” exemplifica muito bem esta afirmação:

“Dentro da casa-de-fazenda, achada, ao acaso de outras várias e recomeçadas distâncias, passaram-se e passam-se, na retentiva da gente, irreversos grandes fatos – reflexos, relâmpagos, lampejos – pesados em obscuridade. A mansão, estranha, fugindo, atrás de serras e serras, sempre, e á beira da mata de algum rio, que proíbe o imaginar. Ou talvez não tenha sido numa fazenda, nem do indescoberto rumo, nem tão longe? Não é possível saber-se, nunca mais.”

E talvez, por esta razão que há tanto tempo tenha eu relutado em ler os escritores nacionais – como Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, e o próprio Machado – que descaso o meu! Livros como este só estimulam o meu pensar e me fazem enxergar que muitas vezes procuramos lá fora o que se encontra aqui.

Sinopse da editora: 

"Contos em que sobressaem os costumes e a linguagem das gentes de Minas. Inclui "A terceira margem do rio", clássico da literatura transformado em filme por Nelson Pereira dos Santos em 1993. É certamente o melhor livro para o jovem ser apresentado à literatura."

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

20 - História da vida

20 - Michael J. Benton; História da vida; LP&M Pocket; 2010; 192 páginas - Período de leitura: 15/10/13 - 25/10/13

Comentário: 
       Um dos assuntos mais polêmicos e controversos vem exposto neste livro de forma clara e agradável. Traz pesquisas bastante atuais (até 2002), pelo que estamos acostumados, sobre este assunto que ao que me parece foi um pouco esquecido, e que, na minha opinião continua sendo interessante, mas leio por puro entretenimento. Traz todo um capitulo esclarecedor dedicado a origem do homem. 

Sinopse da editora: 

"A origem da vida é, sem dúvida, um dos mistérios que mais intrigam o ser humano. Neste livro, o paleontologista britânico Michael J. Benton, professor da Universidade de Bristol, apresenta as principais teorias sobre como teria surgido a vida na Terra, explicando de que maneira os registros fósseis, as datações de carbono e a biologia molecular têm ajudado a vislumbrar algumas respostas.

Em linguagem simples e direta, o autor indaga sobre as causas e os desdobramentos de mudanças que marcaram a história evolutiva. Uma leitura instigante, História da vida é uma afirmação poderosa de que nós, humanos, somos não mais que uma parte ínfima da vida no planeta – e ser a única espécie a se assombrar diante do enigma da existência é um privilégio e também uma responsabilidade."

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

19 - A Evolução Geológica da Terra

19 - Kenitiro Suguio e Uko Suzuki; A Evolução Geológica da Terra - 2ª edição; Editora Blucher; 2010; 152 páginas - Período de leitura: 01/10/13 -15/10/13



Comentário: 
    Comprei este livro pensando que ele seria mais cientifico, porém me enganei, ele é bem didático, no entanto é o melhor didático que já li. Traz explanações baseadas em pesquisas atuais de forma clara e bastante profunda e levanta muitos questionamentos intrigantes. Livro escrito no Japão para o Japão adaptado para o Brasil. 

Sinopse da editora: 
"Você sabia que, em eras remotas, o dia na Terra já teve duração de 21 horas e, portanto, o ano tinha cerca de 400 dias? Que atualmente os continentes convergem para um ponto localizado na China, posição em que deverá se formar, daqui a uns 200 milhões de anos, um novo supercontinente? Que a intensidade do campo magnético terrestre vem enfraquecendo gradativamente, podendo se reduzir a zero daqui a 1.500 anos?Quanto mais conhecemos a história da Terra, mais nos surpreendemos que ela tenha sobrevivido a catástrofes cósmicas e a tantas transformações geológicas, e, por fim, gerado as condições necessárias para o surgimento da vida e sua evolução.

Para transformar positivamente a realidade, lidar com o ritmo das alterações climáticas - e, quem sabe, influir sobre seu avanço -, com a falta de recursos naturais e energéticos, é preciso conhecer bem, cada vez mais, a "anatomia", a "fisiologia" e o "metabolismo" de nosso planeta vivo, para promover nossa mais importante missão: a coexistência harmoniosa entre a Terra, nós, humanos, e os outros seres vivos.

Com a obra A evolução geológica da Terra e a fragilidade da vida, professores e alunos têm em mãos um material moderno e bem elaborado, com linguagem acessível, quadros explicativos, boxes com informações adicionais e textos que poderão servir de complemento às aulas de geografia física, inclusive com diálogos interdisciplinares com a ecologia. Um glossário de 38 páginas fornece um meio rápido de consulta aos conceitos abordados ao longo do livro.

Principais tópicos desenvolvidos:

* Estado atual dos conhecimentos sobre a Terra

* Sua situação no contexto do Sistema Solar e do Universo

* A camada de ozônio e sua importância contra radiações e partículas solares nocivas

* Extinção de espécies

* A dinâmica, a distribuição e as características dos oceanos

* A atmosfera, os seres vivos e sua evolução no tempo

* Desastres ecológicos e suas causas

* Riscos de impacto de corpos celestes sobre a Terra e as consequências desses eventos, no passado e no futuro"

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

18 - Evolução

18 - Brian e Deborah Charlesworth; Evolução; LP&M Pocket; 2012; 176 páginas - Período de leitura: 23/09/13 - 30/10/13


Comentário: 

Na minha mísera opinião ciência é literatura, e livros como este, claro, didático, de agradável leitura, acessível e barato, só confirmam o que disse. 

Segue um breve resumo dos principais eventos que ocorreram neste bilhões de anos segundo os registros fósseis.

E é claro, fica dito aqui, que este livro é muito mais amplo, conciso e revelador no que propõe: estudar a evolução nos dias de hoje, traz ótimos exemplos que comprovam o que Darwin já tinha vislumbrado.

No consenso da comunidade cientifica o universo existe há 14 bilhões de anos, o planeta terra há 4,6 bilhões de anos, todos os organismos existentes na atualidade são descendentes de moléculas auto replicantes que se formaram em um meio puramente químico há 3,5 bilhões de anos atrás. 

Nós os seres humanos, somos mais próximos dos chimpanzés e gorilas, de quem tivemos um ancestral em comum há 6 ou 7 milhões de anos.

Não há resquícios de organismos pluricelulares antes do período cambriano, somente indícios de bactérias e organismos unicelulares.

Organismos compostos por grupos simples de células apareceram há cerca 800 milhões de anos, na época da crise ambiental quando a terra estava quase totalmente coberta de gelo. 

Restos de animais associados a esqueleto só se tornaram abundantes há 550 milhões de anos.

Por volta de 500 milhões de anos atrás há evidencias de aproximadamente todos os grupos de animais, inclusive vertebrados primitivos sem maxilares, durante o Cambriano 542-488 Ma atrás, quando houve a grande explosão de vida.

Datado de 440 milhões de anos há evidencias de vida de agua doce seguida de esporos de plantas terrestres.

No Devoniano, 400-360 milhões de anos atrás, há resquícios de seres terrestres, insetos primitivos, aranhas, ácaros e milipedes bem como fungos e plantas vasculares simples. 

No registro geológico seguinte o Carbonífero 360-280 milhões de anos houve uma nova explosão de vida, datam desta época os depósitos de carvão.

No Permiano 280-250 milhões de anos atrás, houve a diversificação dos répteis, insetos modernos, percevejos e besouros. O Permiano termina com o maior numero de extinções no registro fóssil. 

Na recuperação que se segue no Triássico 250-200 Ma, surge uma nova variedade de vida: dinossauros, tartarugas e crocodilos primitivos.

No Jurássico, 200-14 Ma, os mamíferos se diversificam, mas a vida na terra ainda é dominada pelos dinossauros; surgem os répteis voadores, moscas e cupins, lagartos e caranguejos. 

Somente no Cretáceo, 140-65 Ma, finalmente aparecem ás angiospermas e termina com o mais famoso caso de extinção, causado pelo impacto de um meteoro em Yucatan, no México.

Terciário 64-7. Há 64 Ma atrás surgem mamíferos placentários;

Entre 38-26 Ma surgem as pastagens campestres e animais que delas dependem;

Entre 7-2 Ma, os primeiros resquícios de seres com alguma capacidade notadamente humana, ancestrais dos humanos e macacos.

Fim do terciário, 2 milhões - 10 mil anos atrás, este período presencia uma série de eras glaciais – a maioria dos animais e plantas são essencialmente modernos. Há 200 mil anos, surge o Homo Sapiens. 

Entre 10 mil anos e o presente os humanos tornam-se o animal terrestre dominante e muitos grandes mamíferos foram extintos. 


Sinopse da editora: 

"Devemos admirar o que a evolução produziu e tomar cuidado para não destruí-la com nossa ganância e estupidez, preservando-a para nossos descendentes.”


De onde viemos? Abandonando a ideia de uma intervenção divina na criação do homem, o estudo da biologia evolutiva não apenas ofereceu uma bem documentada resposta a essa pergunta mas transformou o modo como concebemos as origens da humanidade e sua relação com o universo.

Com 21 ilustrações e uma linguagem clara e acessível, Evolução apresenta os conceitos elementares, os avanços e as descobertas de um dos mais controversos temas da ciência. Para além da teoria, os pesquisadores Brian e Deborah Charlesworth demonstram como a evolução opera em nossas vidas a partir de exemplos práticos, como as bactérias que se tornam resistentes a antibióticos ou o aumento da longevidade dos seres humanos."

terça-feira, 20 de agosto de 2013

17 - Tenho algo a te dizer

17 - Hanif Kureishi; Tenho algo a te dizer; Cia das Letras; 2009; 504 páginas - Período de leitura: 19/08/13 - 23/09/13


Comentário: 
Este livro veio em boa hora,... ou melhor, em má ,... não sei! 
De qualquer forma refleti muito sobre esta leitura, digo..., sobre mim, sobre minha vida, que passa muito rápido.

E o quanto queremos fazer coisas úteis, que valham a pena! Buscamos um sentido, mesmo que não o percebamos, às vezes até passamos a seu lado (objetivo) e não o vemos.


Pode-se dizer que senti muita depressão as folhear todos os dias neste mês as páginas deste livro.

Mas não foi uma depressão ruim, e sim uma depressão instigadora e reflexiva que me levou a repensar a minha vida, e avaliar de forma clara o que é a felicidade. 
...mesmo que esta não seja a intenção do autor e muito menos o meu tipo de leitura preferido.

Sinopse da editora: 

"O psicanalista londrino Jamal Khan, narrador e protagonista de Tenho algo a te dizer, tenta lidar ao mesmo tempo com os fantasmas do seu passado - entre eles um assassinato não inteiramente acidental - e os contratempos do presente, que incluem um filho problemático no início da adolescência, uma irmã mais velha com tendências depressivas e inclinação por sexo grupal, sem contar o medo cotidiano gerado por uma onda de atentados que abala Londres.

Nas páginas deste romance complexo e maduro, narrado com a verve, o humor e a pegada pop que o leitor de Kureishi já conhece, imigrantes asiáticos, artistas frustrados e desajustados de toda ordem convivem com popstars, bandidos, ricaços, cinquentonas solitárias e adolescentes perdidos. Orgias em antros londrinos e festas em luxuosas mansões rurais são o contraponto a um cotidiano de frustrações e falta de horizontes.
Não por acaso, o livro de cabeceira do protagonista é O mal-estar da civilização, de Freud. Kureishi revisita e atualiza aqui, com um equilíbrio perfeito entre a galhofa e a melancolia, os temas mais caros a sua obra literária e cinematográfica: as tensões raciais e culturais, a crise dos parâmetros morais, o caráter inapreensível do desejo."

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

16 - Robinson Crusoé

16 - Daniel Defoe; Robinson Crusoé; LP&M; 2011; 60 páginas 

Comentário: 


Segundo a Wikipédia: No final do século XIX, nenhum livro na historia da literatura mundial tinha mais reimpressões, Spin-offs e traduções (até mesmo para idiomas  como inuíte, copta e maltês) do que Robinson Crusoé, com quase 700 versões incluindo edições infantis sem texto, apenas com imagens.

Bom,... o tempo passou, já entramos na segunda década do século XXI e, ao que me parece, este fenômeno continua ainda hoje ocorrendo, e com certeza de forma ampliada, soma-se a isso o cinema, a televisão, as centenas de novas mídias que surgiram, a cultura de massas, etc.

Esta aventura dramática pertence aos anais da literatura mundial e apesar de datada (publicada em 1719) continua encantando e emocionando pelo seu teor aventureiro e humanamente trágico, existencial e filosófico.


Claro, aqui se trata de uma adaptação em quadrinhos, excelente por sinal, assim como toda a coleção de clássicos em quadrinhos publicada pela LP&M. 

Sinopse da editora: 

"Este é o primeiro volume da coleção “Clássicos da Literatura em Quadrinhos”. A adaptação de Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, foi realizada pela dupla francesa Christophe Lemoine (que fez a adaptação e o roteiro) e Jean-Cristophe Vergne (responsável pelos desenhos e cores).

O lindo livro em capa dura oferece 60 páginas, todas coloridas, e que traz ainda, no final, um completo dossiê, contextualizando o clássico com informações detalhadas sobre o autor, sua época e sua obra. No caso de Robinson Crusoé, há dez páginas que contam, por exemplo, como Daniel Defoe começou sua carreira de romancista aos 59 anos em 1719. Há também um ótimo texto que complementa a história e faz com que o leitor entenda ainda mais a respeito do herói que fica 25 anos sozinho em uma ilha deserta: “O náufrago é uma espécie de novo Adão, que precisa aprender a dominar o ambiente na mais completa solidão. Ele se torna marceneiro, construtor, caçador, agricultor, ceramista, costureiro, cesteiro. (…) Através de Robinson, o arquétipo do intrépido marinheiro inglês, Defoe celebra a capacidade do homem branco de se impor, a coragem daquele que se aventura em uma terra desconhecida e o triunfo do individualismo motivado pelo lucro mas também interessado em apresentar os benefícios da civilização aos selvagens…”

A coleção

"A coleção de clássicos em HQ reúne títulos que fazem parte do patrimônio literário mundial. Adaptadas para o universo dos quadrinhos por uma equipe de renomados roteiristas e ilustradores belgas e franceses, as edições oferecem um rico painel sobre o autor e a obra, aliando a tradição dos clássicos à linguagem original dos quadrinhos.

É um coleção espetacular, publicada originalmente pela Editora Glénat com o apoio da UNESCO, órgão cultural da ONU que só chancela projetos de alto valor pedagógico."

terça-feira, 13 de agosto de 2013

15 - Turma da Mônica - Laços

15 - Vitor e Lu Cafaggi; Turma da Mônica - Laços; Editora Panini; 2013; 82 páginas 


Comentário: 

Quem nunca leu a turma da mônica? 
Eu quando criança, particularmente gostava mais era do Chico Bento, mais essa releitura da turminha está fantástica. Esta graphic novels a exemplo do foi já foi feito também com o Astronauta é fruto do MSP50 (uma homenagem aos 50 anos de carreira de Mauricio de Souza em que 50 quadrinistas fizeram releituras de seus personagens). Esta releitura está impecável!, nas cores, nos traços, nos textos, nas situações, tudo com muita poesia, enfim, os irmãos Cafaggi souberam fazer como ninguém uma releitura a nível do próprio Mauricio de Souza, sempre respeitando seus princípios e sem tornar-se apelativo.
Sinopse da editora: 
"O Floquinho desapareceu. Para encontrar seu cachorro de estimação, Cebolinha conta com os amigos Cascão, Mônica e Magali e, claro, um plano 'infalível'. Em 'Laços', os irmãos Vitor e Lu Cafaggi levam os clássicos personagens de Mauricio de Sousa a uma aventura repleta de emoção, lembrança e perigos."

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

14 - Astronauta - Magnetar

14 - Danilo Beiruth; Astronauta Magnetar; Editora Panini; 2012; 84 páginas 


Comentário: 
Espetacular esta releitura do Astronauta, personagem de Mauricio de Souza criado em 63. Este trabalho é fruto de uma homenagem aos 50 anos de carreira de Mauricio de Souza, quando foi lançado o MSP 50, em que 50 quadrinistas brasileiros criaram releituras dos seus personagens, e  o mais procurado, mais imitado foi justamente o Astronauta. 

Sinopse da editora: 

"O Astronauta, personagem que singra o espaço sideral sozinho em sua nave há anos, visita uma galáxia distante para estudar um magnetar, uma estrela de nêutrons que possui um campo magnético estimado em 1 bilhão de teslas. Mas ele comete um erro que pode custar sua vida. Agora, com a nave danificada e sem comunicação, ele está “náufrago no espaço” e precisa encontrar uma forma de escapar antes de ser derrotado pela insanidade que insiste em tomar sua mente. E a saída pode estar em aliar a tecnologia aos ensinamentos de seu velho avô, há tanto tempo falecido..."

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

13 - Criança 44

13 - Tom Rob Smith; Criança 44; Editora Record; 2008; 434 páginas – Período de leitura: 01/08/13 - 18/08/13
Comentário: 
Não foi simplesmente pela arte de capa que comprei este livro, se bem que, foi o primeiro detalhe que me chamou a atenção. Comprei pela história, pela neve, pela Rússia, pelo suspense e assassinatos. Comprei por Stalin! Porém foi principalmente porque os direitos deste livro foram vendidos para o diretor de cinema Ridley Scott, (Alien, o 8° passageiro; Gladiador; 1492 - A conquista do paraíso).
A principio, duvidei, fiquei um pouco desconfiado quanto a qualidade do livro por ser o autor tão jovem, (Tom Rob Smith nasceu em 1979), então pensei: se Ridley Scott gostou e comprou então é porque deve ter algo de muito original neste livro. 
Mas,... adivinhem! Fiquei muito surpreso porque ele não tem nada de original, mesmo assim me predeu até o final, porém, ele é tão bem escrito quanto qualquer outro bom livro de suspense policial. Parece que foi escrito para o cinema, é uma caçada de tirar o folego. Criança 44 é um agonizante Thriller psicológico carregado de um terror gélido e extremamente cruel. 

Sinopse da editora: 


"No livro, Smith leva o leitor de volta à opressora Rússia de Stalin. União Soviética, 1953. A mão de ferro de Stalin nunca esteve tão impiedosa, reforçada pela Segurança do Estado - polícia secreta cuja brutalidade não é segredo para ninguém. Em seu governo, o líder soviético faz o povo acreditar que crimes simplesmente não existem.

Mas quando o corpo de um menino é encontrado nos trilhos de uma ferrovia, Liev Demidov - herói de guerra e agente do Estado - se surpreende ao saber que a família da vítima tem a certeza de que a criança fora assassinada. Os superiores do oficial ordenam que ignore a suspeita, e ele é obrigado a obedecer. Mas o agente desconfia de que há algo muito estranho por trás do caso.

De uma hora para outra, Liev coloca em dúvida sua confiança nas ações e políticas do Partido. E agora, arriscando tudo, o agente se vê na obrigação de ir atrás do assassino - mesmo sabendo que está prestes a se tornar um inimigo do Estado."

quarta-feira, 10 de julho de 2013

12 - O Cemitério de Praga

12 - Umberto Eco; O Cemitério de Praga; Editora Record; 2010; 480 páginas – Período de leitura: 09/07/13 - 31/07/13

Comentário:

Repito aqui tudo que já havia dito antes no comentário de Baudolino, afinal o que se deve esperar do autor do nome da rosa? Porém neste livro temos um humor muito mais pesado, doentio e violento.

Umberto Eco não faz apenas crítica aos padres, maçons e personagens da história, ele faz um ataque a moral e a própria sociedade, ao próprio ser humano. Umberto Eco não poupa críticas a ninguém, todos são culpados – a começar pelo herói da história, Simonini. 

Simonini não tem nenhuma característica digna de nota, falo das positivas, nenhuma que possa se chamar de virtude. Não é nada confiável, e ainda egoísta e misógino, mesmo assim é com ele que você vai se identificar. 

Simonini faz coisas detestáveis, porém faz isso unicamente como autoproteção, afinal vive em um ambiente onde se desenrolam complôs, enganos, falsificações e assassinatos. 

Mas é esse o charme da história, e creio que a exemplo de O nome da rosa, um clássico moderno e contemporâneo, O cemitério de Praga está destinado a ser tornar mais um clássico, no mínimo um excelente filme. 


Sinopse da editora: 

"O mais importante intelectual italiano vivo, imbatível nos estudos de semiótica, Umberto Eco é, também, um romancista de talento incomparável. Mestre em criar tramas engenhosas, capazes de mesclar vários níveis de linguagem, personagens e ações, se tornou conhecido mundo afora com o sucesso de público e crítica O nome da rosa. Três décadas depois desse estupendo thriller, Eco retorna com um dos mais antecipados — e controversos — livros dos últimos anos: O cemitério de Praga. Quatrocentos mil exemplares vendidos na Itália em um mês.

Um tratado sobre o mecanismo do ódio, e espécie de síntese da história do preconceito, o livro causou desconforto em setores mais conservadores da sociedade italiana, principalmente entre religiosos, por misturar personagens históricos a um anti-herói fictício, cínico e maquiavélico, capaz de tudo para conseguir se vingar de padres, jesuítas, comunistas, mas, principalmente, dos judeus. Repleto de teorias da conspiração, falsificações, assuntos maçônicos e detalhes da unificação italiana, é no antisemitismo que repousa o coração da narrativa.

O cemitério de Praga também lembra um dos mais impressionantes episódios de falsificação da história: Os protocolos dos sábios de Sião, um texto forjado pela polícia secreta do Czar Nicolau II para justificar a perseguição aos judeus. Os escritos, que se acredita terem sido baseados em um texto francês — Diálogos no inferno entre Maquiável e Montesquieu — descreviam um suposto plano para a dominação mundial pelos israelitas. E serviriam de inspiração a Hitler para os campos de concentração. 



O odioso Simonini, que o próprio autor define como um dos mais repulsivos personagens literários já criados, é um mestre do disfarce e da conspiração. Um falsário a serviço de vários governos. Do nordeste italiano até a Sicília de Garibaldi, das favelas de Paris às tabernas alemãs, passando por missas negras, o bombardeio a Napoleão III, a Comuna de Paris, o caso Dreyfus, o Ressurgimento, Simonini é todas as revoluções, as más escolhas, os erros do século XIX, que Eco reconstrói com grande rigor histórico, entre tomadas de poder e revoluções. 

Com ares de novo clássico, O cemitério de Praga leva as mentiras históricas a novos patamares e revela, ainda, ferramentas usadas por falsários e propagandistas. Um trabalho memorável de filosofia da história e a natureza da ficção. Eco em sua melhor forma. 

“Eco vence o desafio de inovar seu próprio gênero, sem perder o leitor acostumado às aventuras físicas e intelectuais dos romance erudito. Mostra que ainda é – para usar um termo que ele não aprovaria – o papa do suspense erudito”, Luis Antônio Giron para a revista Época."

segunda-feira, 8 de julho de 2013

11 - A queda


11 - Albert Camus; A queda; Bestbolso-Record; 2007; 112 páginas – Período de leitura: 06/07/13 - 09/07/13

Comentário:
Este pequeno livro nos mostra a realidade na sua forma mais crua e desumana. Revela a angústia do homem proveniente do sentimento de culpa e do absurdo da vida, apesar de curto é como a própria personalidade de Camus escritor brilhante e pensador instigante

Sinopse da editora: 

“Camus é notável. Com argúcia, elegância, ironia e inteligência requintada, perturba a confiança e angustia o homem contemporâneo.” San Francisco Chronicle 
“Tão curto, veemente e perspicaz este monólogo sobre a condição humana.” Nation 

"Um advogado francês faz seu exame de consciência num bar de marinheiros, em Amsterdã. O narrador, autodenominado “juiz-penitente”, denuncia a própria natureza humana misturada a um penoso processo de autocrítica. O homem que fala em A queda se entrega a uma confissão calculada. Mas onde começa a confissão e onde começa a acusação? Ele se isolou do mundo após presenciar o suicídio de uma mulher nas águas turvas do Sena, sem coragem de tentar salvá-la. Camus revela o homem moderno que abandona seus valores e mergulha num vazio existencial. Fundamental para todas as gerações."

quinta-feira, 6 de junho de 2013

10 - Baudolino

10 - Umberto Eco; Baudolino; Bestbolso-Record; 2007(1963); 602 páginas – Período de leitura: 06/06/13 - 06/07/13

Comentário:
Sou sempre reticente em falar que estou lendo um romance... algumas pessoas um tanto desligadas as vezes me perguntam: “Como assim romance? Um homem e uma mulher?” (???...)

Romance é um estilo literário, é ficção, nada mais do que gênero narrativo e composição em prosa. O que se conhece por livro, (excetuando-se os didáticos), é romance, a mesma falácia se dá quando falo em novela... Enfim, faltam-me palavras para descrever a complexidade, plenitude e a vastidão que representa este “romance” de Umberto Eco – talvez o espanto tenha a ver com o grande conhecimento cultural e intelectual de Umberto Eco, afinal ele é apenas escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano de fama internacional. É titular da cadeira de Semiótica (mas que diabos é isso?) e diretor da Escola Superior de Ciências Humanas na Universidade de Bolonha.


Este é um romance filosófico, histórico, medieval, cômico, de aventura e fantasia. ??? É isso mesmo, tem tudo isso neste livro, ...e muito mais! É claro, sem se tornar piegas, muito pelo contrário, a escrita é bem acessível e popular, porém, de uma erudição e criatividade sem limites. Nota-se esta profunda erudição pelo conhecimento histórico e filosófico exposto durante todo o desenrolar da história: Através da descrição detalhada da época das cruzadas e das intrigas palacianas; dos cismas da igreja romana bem como das correntes de pensamento da igreja primitiva. Conhecimentos estes, amplamente amparados pelo conhecimento de livros raros e antigos sobre o movimento gnóstico através de palavras como éons, pleroma, Sofia – que por sinal foram todas suprimidas da bíblia. 


Movimento Gnóstico – corrente de pensamento religioso e filosófico, multifacetado e difuso que era caracterizado por clamarem, por buscarem supremamente algum tipo de conhecimento secreto, (Gnose), sobre as naturezas do universo e da existência humana. 


Nota-se aqui e acolá muitas referencias a cultura hermética – Hermes Trismegisto, também um movimento cristão filosófico e muitas referências a culturas grego-romana. 
Hermes Trismegisto - "Hermes, o três vezes grande" é o nome dado pelos neoplatônicos, místicos e alquimistas ao deus egípcio Thoth, identificado com o deus grego Hermes e o romano Mercúrio. Ambos eram os deuses da escrita e da magia nas respectivas culturas. 


Mas isso não era um romance? Sim,... Baudolino, nosso protagonista tem como principal virtude ser um mentiroso, lembra-me Dom Quixote de Cervantes pelo seu humor eloquente e seu caráter virtuoso. Sua historia começa entre intrigas palacianas e guerras provincianas passando para uma aventura épica pulando para narrativa fantástica no mais puro estilo quixotesco – temos até um romance, este sim, entre um homem e uma mulher, (bem... não é bem uma mulher, mas... serve...). Desta forma tudo caminha para um final onde tudo se redime de forma maravilhosa.
Semiótica - é a ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação ou seja quando o que importa não é a palavra e sim seu significado.


Sinopse da editora:
"Entre monstros que habitam o inconsciente da Idade Média, este livro de Umberto Eco combina diferentes modos de narrativa: o romance de aventuras, o conto fantástico, a história de mistério. Uma homenagem do autor ao santo protetor de sua cidade natal, Alexandria, protagonizada por Baudolino, adolescente, mentiroso e criativo que conquista o imperador Frederico Barba Ruiva e Nicetas Coniates, personagem inspirado em um historiador e orador que viveu em Constantinopla. Eco embaralha os seus personagens inventados e produz o mais recorrente efeito de seu texto: interferir em acontecimentos históricos conhecidos por meio de atos ou circunstâncias vividas pelos personagens fictícios. O resultado é imperdível: temperado por inúmeras situações cômicas, eis aqui uma narrativa divertida e acessível, tanto para quem busca a erudição de Umberto Eco como para quem apenas quer ler uma boa aventura. Uma celebração à força do mito e da utopia.

“Eco deixa seu virtuosismo correr livre, apoiado numa imaginação aparentemente ilimitada.” - O Estado de S.Paulo

“Baudolino é uma ótima aventura na Idade Média.” - Isto É

quarta-feira, 5 de junho de 2013

09 - Miragem Polar


09 - Scoot Cookman; Miragem Polar; Editora Gryphus; 2001(1952); 285 páginas – Período de leitura: 29/06/13 - 05//06/13
Comentário:
Livros assim..., leio num só folego!, ...e se possuíssem mais um milhão de páginas, ainda estaria lendo com prazer. Livros sobre conquista e aventura dramática, mostram á que extremos pode chegar á aventura humana. Casos como a fatal decepção de Scott ao chegar ao Polo Sul e descobrir que um mês antes Amundsen já esteve lá, e na sua morte e a de quatro de seus bravos companheiros devido a um frio extremo, escoriações, fome “e decepção” no caminho de volta. Casos como a bem sucedida e experiente vitória do Norueguês sobre a Inglaterra de Scott, o imprevisível Amundsen, - era para ele ter ido para o ártico conquistar o Polo Norte, no entanto,os seus rivais norte-americanos, Frederick Cook e Robert Peary, anunciaram, cada um deles, terem chegado ao Polo Norte, e assim, ele decidiu vir para a Antártica conquistar o Polo Sul. Ou como da épica e homérica expedição de Shackleton que bem poderia muito bem fazer parte de mais um dos capítulos das aventuras de Odisseu. Que ao tentar fazer a travessia da Antártica a pé, teve seu navio tragado pelo gelo. Shackleton e mais 27 homens ficaram vagando durante meses pelo gelo até decidirem se lançar ao mar para buscar ajuda, em um pequeno barco, num dos mares mais torrenciais do mundo (Shackleton e mais em cinco homens – 72 horas sem dormir). Quando chegaram ao objetivo, uma pequena ilha, descobriram estar no lado oposto da mesma, Shackleton e mais dois companheiros, decidiram então fazer mais uma derradeira epopeia, atravessar gigantescas montanhas cobertas de neve até a estação baleeira de Stromness. Todos os 28 homens foram resgados e salvos. 


Enfim, casos como da Expedição Franklin, objetivo deste comentário, comandada pelo mais azarado dos comandantes o Capitão Sir John Franklin, que rumou para o Ártico com o objetivo de atravessar à única passagem ainda desconhecida, a Passagem Noroeste, a rota marítima que contorna a América do Norte, ligando os oceanos Atlântico ao Pacifico. Franklin não só não conseguiu cumprir seu objetivo como nunca mais voltou para a Inglaterra, todos os membros da expedição morreram, 128 homens. Isso sem contar a perda de dois dos navios mais bem equipados da Europa, pra não dizer do mundo, o Erebus e Terror, que ficaram encalhados no gelo e foram abandonados. 


Pode parecer depreciativo meu comentário e é verdade que Franklin vem a décadas sendo julgado, injustiçado e criticado devido ao fracasso da expedição e, ao que se sabe hoje, casos de canibalismo, porém minha ideia é apenas resultado da opinião geral sobre Franklin ou sobre a arrogância racial e tecnológica da Inglaterra. Na opinião do escritor os ingleses consideravam-se superiores aos Inuítes, mas não sabiam caçar focas nem fazer um iglu.  O Erebus e Terror eram os mais bem equipados navios para exploração da época, tinham o casco reforçado com placas aço e motores á vapor, tripulados por 128 homens; Amundsen fez esta mesma travessia posteriormente com um veleiro de casco de madeira, o Gjøa, com uma tripulação de apenas seis homens, (sim é o mesmo que saiu vitorioso na corrida contra Scott, alcançando o Polo Sul).



Sinopse da editora:

"Duas embarcações ultramodernas para seu tempo. 129 homens escolhidos a dedo. Um comandante que sobreviveu a três viagens árticas anteriores. Desaparecidos sem sinal de vida. O que aconteceu? Por um século e meio a pergunta sobre o que aconteceu com a expedição Franklin - o pior desastre nos anais das viagens polares - permaneceu um mistério. Agora, baseado em pesquisa realizada no Almirantado Britânico, o autor Scott Cookman recria a saga completa da malsucedida expedição e chega a uma conclusão aterradora para um dos mais longos enigma da história das explorações humanas."

quinta-feira, 23 de maio de 2013

08 - Porcos com asas - diário sexo-político de dois adolescentes



08 - Marco L. Radice e Lidia Ravera; Porcos com asas - Diário Sexo-Político de Dois Adolescentes; Editora Brasiliense; 1981; 175 páginas – Período de leitura: 15/05/13 - 29/05/13
Comentário: 

Porcos com asas é uma divertida brincadeira literária envolvendo sexo, conflitos e muita sacanagem. O livro que tenho em mãos é uma cópia surrada, envelhecida e rançosa, já com as folhas caindo, se soltando, e me chegou às mãos através de um amigo que nada tem a ver com este livro – meu amigo é tímido e a história irreverente. (tive que colar as folhas para poder ler). Porcos com asas conta a história, na forma de diário, de ou entre dois adolescentes, um rapaz chamado Rocco e uma garota que se chama Antônia. Este é um livro sobre conflitos, pois os mostra nas suas mais variadas formas: conflitos entre gerações, entre sexo, entre irmãos e também conflitos pessoais e levemente existenciais. Porém de conflitos políticos traz muito pouco, apesar de constar no título: diário sexo-politico..., tudo é descrito de forma bastante ingênua, por outro lado traz muita sacanagem, bem no estilo brasileiro da chanchada. Este livro também soa meio transgressivo para a época em que foi lançado, (começo dos 80), e para o publico alvo da coleção: jovens. Penso eu que se tivesse um pouquinho a mais de política a censura cairia em cima e ele não seria lançado, afinal estávamos saindo de uma ditadura...

Sinopse da editora:
"Uma crítica mordaz à moral sexual e às estruturas político-partidárias de nossos dias. (final dos 70, começo dos 80). Sobre este livro declarou um dos autores: "Em suma, o livro quer eliminar de uma vez por todas o complexo de culpa. Se o faz é um livro bem sucedido, se não, não!""



sexta-feira, 3 de maio de 2013

07 - Alfred Hitchcock e os bastidores de psicose


07 - Stephen Rebello; Alfred Hitchcock e os bastidores de psicose; Editora Intrínseca; 1990-2013; 250 páginas – Período de leitura: 02/05/13 - 15/05/13


Comentário:
Este é um livro sobre os bastidores da gravação de um filme que se originou de um livro “B”, que por sua vez foi baseado em fatos reais, na história de Ed Gein, um dos mais terríveis assassinos em série que o Estados Unidos já conheceu, e por sinal o livro em questão também virou filme, com Sir Anthony Hopkins interpretando Hitchcock. 
O FATO: 
“Ed Gein, (1906 - 1984), foi um homicida (foi culpado pela morte de apenas duas pessoas, desta maneira tecnicamente não se encaixa na definição de serial killer, também ladrão de lápide. Gein foi condenado pelos homicídios de duas pessoas, e suspeito no desaparecimento de outras cinco pessoas, em 1957. Os seus crimes ganharam notoriedade quando as autoridades descobriram que Gein exumava cadáveres de cemitérios locais e fazia troféus e lembranças com eles.” 
“A polícia suspeitou do envolvimento de Ed no desaparecimento de Bernice Worden, em 16 de Novembro de 1957. Entraram na propriedade de Ed à noite e descobriram o cadáver de Worden. Tinha sido decapitada, o seu corpo estava suspenso de pernas para o ar, os seus tornozelos estavam presos a uma viga. O seu tronco estava vazio, as suas costelas estavam separadas, tal como um veado. Estas mutilações ocorreram depois da sua morte, causada por vários tiros.” - wikipedia.
Durante a investida a casa de Ed, á noite, munida de lanternas, a polícia estarrecida encontrou: Duas tíbias. Dois pares de lábios humanos pendurados num cordão. Alguns narizes em cima da mesa da cozinha. Uma bolsa e braceletes feitos de pela humana. Quatro cadeiras estofadas com carne. Uma fileira bem ordenada de dez crânios. Um tambor feito a partir de um latão com pele humana como couro. Uma vasilha de sopa que era metade de um crânio invertida. As peles descarnadas de quatro rostos de mulheres, com ruge e maquiagem, presas com tachinhas na parede à altura dos olhos. Cinco rostos guardados em sacos plásticos. Dez cabeças de mulher, com a parte acima da sobrancelha cortada fora. Um par de calças feitas de pele humana e um colete incluindo mamas, arrancadas. Na cozinha foi encontrado um coração humano dentro de uma panela. Na geladeira, o congelador estava abastecido de órgãos humanos cuidadosamente embalados.
Alguém se lembrou do Silencio dos inocentes, ou Massacre da serra elétrica, ou é claro do filme em questão Psicose? É que este terrível e demente “psicopata” serial killer serviu de inspiração para todos estes excelentes filmes e para muitos outros.
Por mais ridiculamente engraçado que possa parecer Ed Gein transformou-se em um cultuado símbolo americano, estampando tatuagens, movimentando “romarias” até o que sobrou de sua incendiada casa e até uma fantasiosa candidatura presidência dos EUA. 
O LIVRO:  
Sabendo disso, um escritor um tanto despretensioso chamado Robert Bloch, numa espécie de vislumbre da alma humana e de si mesmo, através das escassas matérias sobre o caso Gein resolveu escrever um novo romance sombrio que ser querer acabaria explorando o âmago das trevas particularmente americanas. Robert Bloch resolveu que o assassino seria um gerente de hotel, pois assim teria acesso a desconhecidos. Seguindo seu interesse pela psicologia e anormalidade, Bloch começou a desenvolver motivações plausíveis para seu bizarro personagem principal. “Pensei: e se ele cometesse estes crimes num surto amnésico, sobre o controle de outra personalidade?” Em 1950 as teorias de Freud estavam eram muito populares, foi então que ocorreu a Bloch o complexo de Édipo. Ao usar taxidermia como elemento da trama ele traz a cena questões desagradáveis e bizarras e note-se não chega nem perto da crueldade do caso real. Depois temos uma heroína mais ou menos simpática que morre de forma trágica e indefesa no chuveiro logo no começo da historia, etc.
A primeira edição de dez mil cópias teve boas vendas, porém para os entendidos do gênero literatura mainstream, psicose era visto com certo desprezo. Até que em abril de 59 um agente da MCA fez uma oferta anônima de 7500 dólares pelos direitos de filmagem. E é claro Bloch vendeu os direitos, mas o que ele nem sequer imaginava era que o comprador era ninguém menos de Alfred Hitchcoock. E como se já não bastasse Bloch ainda recebeu outro golpe, descobriu que seu contrato não incluía participação nos lucros. 
PSICOSE O FILME:
Quando Hitchcock comprou os direitos sobre Psicose, ele já era famoso, estava com 59 anos e já tinha feito todos os filmes que o tornara conhecido quase uma lenda, 46 longas-metragens e uma bem sucedida carreira na TV, e... procurava algo diferente, mas porque Psicose? Pensavam seus investidores - “uma desesperadora história de vidas exauridas em escritórios furrecas, motéis caindo aos pedaços e uma casa decrépita.” 
A Paramount não custeou o filme e Hitchcock teve que tirar do próprio bolso todo o dinheiro para produção do filme. Arregimentou nada menos que Anthony Perkins, de O Processo para interpretar Norman Bates personagem controverso do livro (Ed Glein), e Janet Leigh, de a marca da maldade, ambos filmes de Orson Welles, para interpretar a nossa heroína. Comete um crime quem negligenciar Psicose, este filme casou um impacto tão grande que nunca mais conseguiu se recuperar, viveu correndo atrás de um novo Psicose e morreu à sua sombra. E sem falar da antológica, clássica e assustadora cena de assassinato no chuveiro acompanhada de uma trilha sonora que mexe com nossos nervos que, por sinal, continua a assustando e arrancando gritinhos e calafrios. Imaginem o que não causava na época de lançamento do filme onde tudo era proibido e a censura católica tinha muita força. 
ALFRED HITCHCOCK E OS BASTIDORES DE PSICOSE O LIVRO: 
Foi então que em 1986, Stephen Rebello, escritor e roteirista, sabendo do legado de Hitchcock começou uma profunda e detalhada pesquisa sobre estas histórias, entrelaçamentos, comparações e analogias que resultou na publicação deste livro em 1990, razão deste longo comentário (nos meus padrões, é claro).
Mas a histórias não para por ai, 22 anos depois o livro de Stephen Rebello, Alfred e os bastidores de psicose ressurge do nada é re-editado, relançado e vira filme. 
HITCHCOCK O FILME: 
De todos os filmes citados aqui, este (o citado acima), foi o único que não assisti, até porque não gosto de ver um filme e depois ler o livro, não tem muito sentido. E é muito mais proveitoso o contrário. Hitchcock é um filme dirigido por Sacha Gervasi e baseado no livro de Stephen Rebello, é claro. Com um grandioso elenco que por si só já merece ser visto como: Anthony Hopkins e Helen Mirren. Hitchcock o filme, é focado na relação de Hitchcock e sua esposa, Alma, que sempre estava ao seu lado e tinha forte influência ao resultado dos projetos de seu marido. 
Sinopse da editora:
"Psicose, de 1960, entrou para a história do cinema como uma das obras mais importantes do mestre do suspense Alfred Hitchcock. Neste livro, Stephen Rebello revela todos os detalhes da criação do filme que viria a influenciar gerações de cineastas e que mantém seu fascínio sobre as plateias mesmo depois de quarenta anos. A reconstituição dos bastidores da produção foi possível graças a uma extensa pesquisa que incluiu os arquivos pessoais de Hitchcock e uma série de entrevistas com os profissionais envolvidos nas filmagens, desde astros como Anthony Perkins e Janet Leigh a roteiristas e integrantes da equipe técnica.
Em seu relato, Rebello expõe os antecedentes da história que chegou às telas. Crimes sanguinolentos da vida real inspiraram um romance de suspense de autoria de Robert Bloch. Atraído pelos aspectos inusitados da obra, Hitchcock adquiriu os direitos de filmagem. No entanto, seu entusiasmo não conseguiu contagiar os executivos da Paramount, estúdio do diretor na época. Obstinado por sua visão artística, Hitchcock decidiu bancar pessoalmente os custos da produção, atraindo estrelas famosas por uma fração do cachê habitual. Rebello narra como foi a gênese de um dos marcos do cinema e todo o processo de criação. Seu livro, por sua vez, serviu de inspiração para o filme Hitchcock, de Sacha Gervasi, estrelado por Anthony Hopkins, Helen Mirren, Scarlett Johansson, Toni Collette, entre outros."
Anthony Perkins, astro de Psicose "Meticulosamente pesquisado e irresistível... É uma leitura obrigatória não apenas para os fãs de Psicose como também para qualquer um que se interesse pelos bastidores da criação de um filme."
Richard Schickel, crítico da revista Time "Um dos melhores relatos já produzidos sobre a criação de uma obra cinematográfica."
Washington Post "Rebello conversou com praticamente todos os participantes da filmagem. O resultado é um livro com informações para os cineastas e que encantará os fãs de Psicose."
Gus Van Sant, cineasta "Essencial... Aprendi muita coisa com a leitura desse livro."
New York Times “Ao acompanhar de perto o processo criativo de Hitchcock quando dirigiu o mais audacioso thriller do cinema, o livro ajuda o leitor a compreender melhor o impacto original provocado pelo filme.”