segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

21 - As Aventuras de Huckleberry Finn

21 - Mark Twain; As Aventuras de Huckleberry Finn; Martin Claret; 2013 (Orinal 1884); 362 páginas – Período de leitura: 01/12/14 - 30/12/14 

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Sinopse da editora:

"Toda a literatura americana moderna se origina de um livro escrito por Mark Twain, chamado Huckleberry Finn (...). Não havia nada antes. Não houve nada tão bom desde então" (Ernest Hemingway)

"Lançado em 1885 como sequência de As aventuras de Tom Sawyer (1876), a história de Huck Finn, no entanto, ganhou autonomia: é unanimemente considerada a obra-prima de Mark Twain e mudou para sempre o imaginário dos Estados Unidos.
Para se livrar do pai bêbado e violento, Huckleberry Finn se refugia em uma pequena ilha do rio Mississippi, onde se alia com Jim, um escravo fugido. Em busca de liberdade, a inusitada dupla se lança numa viagem pelo leito do rio, às margens da sociedade pré-Guerra Civil.
Marco fundador da narrativa estado-unidense, o romance registrou a fala comum da gente simples e inaugurou a tradição – central das artes americanas – do anti-herói jovem e espirituoso que, graças à condição de desajustado, goza de uma visão privilegiada do mundo. Muitas vezes alvo de polêmicas, Huck Finn não cessa de suscitar reflexões sobre o absurdo da humanidade."

terça-feira, 11 de novembro de 2014

20 - Por Quem os Sinos Dobram

20 - Ernest Hemingway; Por Quem os Sinos Dobram; Bertrand; 2014 (Orinal 1940); 672 páginas – Período de leitura: 10/11/14 - 01/12/14 

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Sinopse da editora:

"Esta comovente história, cujo pano de fundo é a Guerra Civil Espanhola, narra três dias na vida de um americano que se ligara à causa da legalidade na Espanha. O autor conseguiu que seus leitores sentissem que o ocorrido no país ibérico, em 1937, era apenas um aspecto da crise do mundo moderno. A trama gira em torno de Robert Jordan, americano integrante das Brigadas Internacionais, que luta ao lado do governo democrático e republicano, recebendo a missão de dinamitar uma ponte. Com ele está um grupo de guerrilheiros/ciganos, integrado por Pilar, mulher com extraordinária força de vontade, o perigoso Pablo e a bela Maria. A relação entre Robert e Maria acabou por se tornar uma das mais inesquecíveis histórias de amor da literatura moderna. A obra foi eternizada no cinema, dirigida por Sam Wood, com Gary Cooper e Ingrid Bergman nos papéis principais. "Hemingway produziu um livro que ocupa lugar à parte na literatura moderna.” (Ênio Silveira)"

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

19 - O Morro dos Ventos Uivantes

19 - Emily Brontë; O Morro dos Ventos Uivantes; Martin Claret; 2004 (Orinal 1847); 406 páginas – Período de leitura: 20/10/14 - 10/11/14 

Comentário: 


Sinopse da editora:

"Obra-prima da literatura mundial, a conturbada história de amor entre Heathcliff e Catherine continua a agradar os leitores de todas as épocas. A narrativa, com características góticas e realistas, transporta o leitor ao inóspito condado de Yorkshire, para dentro da misteriosa mansão que dá nome ao livro. Ali, personagens são delineadas e tragédias marcam uma geração. Emily Brontë criou um romance intenso, impossível não se envolver."

sábado, 20 de setembro de 2014

18 - A Dama do Cachorrinho

18 - Anton Tchekhov; A Dama do Cachorrinho; Editora 34; 2011 (Original 1883-1899); 368 páginas – Período de leitura: 20/09/14 - 20/10/14 

Comentário: 


Sinopse da editora:


"Os contos breves, precisos e tocantes de Anton Pavlovitch Tchekhov (1860-1904) revolucionaram a maneira de escrever narrativas curtas, tornaram-se mundialmente conhecidos e influenciaram os principais escritores que se dedicaram ao gênero depois dele. Grande parte da originalidade de Tchekhov reside no papel fundamental que desempenham, em suas histórias, a sugestão e o silêncio, a ponto de, muitas vezes, o mais importante ser justamente o que não é dito.
     Esta é uma coletânea de trinta e seis de seus melhores contos, selecionados e traduzidos diretamente do russo por Boris Schnaiderman, que assina também o posfácio e as notas à edição. De "Nos banhos" (1883) a "A dama do cachorrinho" (1899), que dá título ao livro e encerra o volume, o leitor poderá acompanhar o desenvolvimento da arte deste escritor que sempre colocou o homem como centro de suas preocupações, e que via na literatura um instrumento para sua emancipação."

sábado, 2 de agosto de 2014

17 - Memórias de um Caçador

17 - Ivan Turguêniev; Memórias de um Caçador; Editora 34; 2013 (Original 1852); 488 páginas – Período de leitura: 02/08/14 - 20/09/14 

Comentário: 


Sinopse da editora:


"Nascido e criado no meio aristocrático rural, Ivan Turguêniev (1818-1883) passou a maior parte de sua vida no exterior, onde travou contato com alguns dos grandes nomes da literatura e da cultura europeia. Mas esse distanciamento não o impediu de criar um dos mais tocantes e profundos retratos da antiga Rússia, as Memórias de um caçador
Nestas páginas, povoadas por camponeses iletrados e proprietários de dureza implacável, a exuberância da natureza é sempre contraposta à injustiça da servidão, denunciada de maneira sutil, porém contundente. Não à toa, quando publicados pela primeira vez num só volume em 1852, os 25 contos aqui reunidos renderam a seu autor fama imediata nos círculos liberais e, por conseguinte, a fúria do regime tsarista, que o condenou a prisão domiciliar. No entanto, com o passar dos anos, o livro acabaria por se tornar uma peça fundamental no processo de emancipação dos servos.
No Ocidente, a reputação de Turguêniev também cresceu, graças, sobretudo, a seus romances - entre eles Rúdin (1856) e Pais e filhos (1862). Na Rússia, seu legado como contista é igualmente importante: a delicadeza de suas narrativas curtas ressoa em algumas das melhores páginas de Búnin, Kuprin ou Tchekhov. Até mesmo Tolstói, em seu diário de juventude, confessa: "li as Memórias de um caçador de Turguêniev, e como é difícil escrever depois dele"."

quarta-feira, 2 de julho de 2014

16 - A Dama das Espadas

16 - Aleksandr Púchkin; A Dama das Espadas; Editora 34; 1999 (Original 1827); 264 páginas – Período de leitura: 02/07/14 - 01/08/14 

Comentário: 


Sinopse da editora:


"A importância do autor de A dama de espadas pode ser constatada nesta frase do prêmio Nobel de literatura Joseph Brodsky: "Púchkin deu à Rússia sua língua literária e, com isso, sua sensibilidade". De fato, a grandeza do poeta é somente comparável à de um Dante, um Camões, um Shakespeare, isto é, aos pais fundadores das literaturas de seus países. A linhagem de escritores a que deu origem também corrobora sua força: Gógol, Dostoiévski, Tolstói, Turguêniev, Tchekhov, Maiakóvski. Este volume - agora relançado em edição revista - é formado por três novelas e quatro contos, além de dezesseis poemas de Púchkin. Traduzidos do original por Boris Schnaiderman (no caso dos poemas, em parceria com Nelson Ascher), os textos aqui reunidos constituem, para o leitor brasileiro, uma excelente introdução à prosa e à poesia do gênio russo. aleksandr Sierguéievitch Púchkin nasceu em Moscou, em 1799. Sua obra, que abarca diversos gêneros literários, foi decisiva para a consolidação da língua literária russa e sua influência se faz notar em todos os escritores russos de sua geração e das posteriores. O romance em versos Ievguêni Oniéguin é considerado sua obra-prima. Púchkin morreu em 1837, vítima de um duelo."

sexta-feira, 6 de junho de 2014

15 - O Capote e outras Histórias

15 - Nikolai Gógol; O Capote e outras Histórias; Editora 34; 2010; 224 páginas – Período de leitura: 02/06/14 - 01/07/14 

Comentário: 


Sinopse da editora:

"Todos nós saímos do Capote de Gógol" - a famosa frase de Dostoiévski alude ao papel fundamental desempenhado pela obra de Nikolai Vassílievitch Gógol (1809-1852) no desenvolvimento da literatura russa a partir do século XIX. Humorista, dramaturgo, prosador e polemista, seria sobretudo graças a suas narrativas breves que o autor de Almas mortas e O inspetor geral atrairia a atenção da crítica e influenciaria para sempre os rumos da prosa russa e universal.

Organizado e traduzido diretamente do russo por Paulo Bezerra, que também assina o posfácio, este volume apresenta ao leitor um panorama geral da obragogoliana, ao trazer, ao lado de algumas de suas histórias mais conhecidas ("O capote", "O nariz" e "Diário de um louco"), duas narrativas "folclóricas", do ciclo ucraniano ("Viy" e "Noite de Natal"). Se nas primeiras o cenário é São Petersburgo e os pequenos funcionários da burocracia czarista e, nas segundas, o universo rural com suas lendas e personagens míticos, em todas prevalece o humor, o tom fantástico e a genialidade narrativa de Gógol, nesta sequência de verdadeiras obras-primas."

segunda-feira, 26 de maio de 2014

14 - A Metamorfose - Adaptação

14 - Franz Kafka; A Metamorfose - Adaptação; LP&M; 2014; 208 páginas – Período de leitura: 26/05/14 - 01/06/14 

Comentário: 


Sinopse da editora:

"Tradução de Drik Sada

Adaptação e ilustrações: Equipe East Press

O mais famoso texto de Kafka adaptado para o formato mangá.

Ao amanhecer um dia transformado em um inseto gigante, Gregor Samsa viu sua vida e a de sua família se tornar um pesadelo absurdo e interminável. Escrita em 1912, A metamorfose é a história mais conhecida e estudada de Franz Kafka (1883-1924), uma preciosa porta de entrada para a obra de um dos autores mais peculiares do século XX, que retratou como ninguém a perplexidade do ser humano diante de um mundo cada vez mais injusto e sem sentido

Esta coleção traz para o leitor brasileiro os textos de grandes clássicos da literatura universal adaptados para a linguagem ágil e dinâmica das histórias em quadrinhos japonesas. Ideal para um primeiro contato com grandes obras, para os amantes dos mangás e para os adoradores de clássicos."

12 - 1Q84 - Volume III

12 - Hakuri Murakami; 1Q84 - Volume III; Alfaguara; 2012; 430 páginas – Período de leitura: 26/05/14 - 26/06/14 

Comentário: 


Sinopse da editora:

"Volume final da trilogia 1Q84

“O mundo ficcional de Murakami é extraordinário.” – Sunday Times

"Em um ano próximo a 1984, dois personagens repletos de segredos e envolvidos em tramas obscuras tentam sair de uma realidade implacável: o mundo de 1Q84. No último volume da trilogia Haruki Murakami, os protagonistas Tengo e Aomame continuam presos ao mundo paralelo de 1Q84, “onde coisas estranhas podem acontecer”. Eles precisam escapar não só dessa terrível realidade alternativa, em que duas luas pairam no céu, mas também da ameaça do chamado Povo Pequenino e de um sinistro grupo religioso em busca de um acerto de contas. E terão em seu encalço um implacável detetive, que se aproxima cada vez mais do esconderijo de Aomame, enquanto desvenda a real conexão entre ela e Tengo. 

Conforme 1Q84 caminha para uma resolução, acompanhamos o incerto destino se fechar ao redor deles. Aomame e Tengo não sabem se finalmente irão se encontrar, ou se serão encontrados antes.

Com milhões de exemplares vendidos no mundo e uma legião de fãs,1Q84 é um romance cosmopolita. Entre as referências, Murakami rememora George Orwell, a música ocidental e elementos da cultura pop. Ao costurar trechos de suspense, violência e distopia com momentos de nostalgia, amor e união, o escritor japonês alcança na trilogia o ápice de sua criatividade literária."

sábado, 26 de abril de 2014

11 - 1Q84 - Livro II

11 - Hakuri Murakami; 1Q84 - Volume II; Alfaguara; 2012; 430 páginas – Período de leitura: 26/04/14 - 26/05/14 

Comentário: 


Sinopse da editora:
"Uma precisa máquina narrativa de amor, mistério e morte.” — Bravo!
“1Q84 faz por merecer este que é um dos mais convencionais adjetivos empregados em resenhas: envolvente. Haruki Murakami tem esse poder de, com vinte ou trinta páginas, submergir o leitor em uma realidade outra, aparentada da realidade comezinha do dia a dia, porém mais intensa e estranha.” — Veja


No primeiro volume do best seller 1Q84, mistérios rondam duas pessoas no Japão de 1984. A charmosa assassina Aomame e o aspirante a escritor Tengo vão aos poucos se dando conta de que entraram em um mundo paralelo, cada um à própria maneira, e o perigo em torno de ambos parece somente crescer. Agora, no segundo volume da trilogia, Haruki Murakami conduz o leitor a uma história na qual o realismo mágico do mais célebre autor contemporâneo do Japão se revela ainda mais surpreendente.
1Q84 é um mundo real, onde nem tudo é o que aparenta. Duas luas agora pairam no céu: uma grande, cinzenta, e outra menor, irregular, de tom levemente esverdeado. Há também o chamado Povo Pequenino, com estranhas criaturas que Tengo busca entender enquanto reescreve um romance de uma enigmática adolescente, conhecida como Fukaeri. Nesse mundo, o destino dos protagonistas está intimamente interligado, ainda que a narrativa se apresente em capítulos que alternam entre ambos.
Cada um, à sua maneira, está fazendo algo perigoso, que pode colocar sua vida – e a de outras pessoas – em risco. Tengo está sendo seguido de perto por Ushikawa, um investigador contratado a serviço de Sakigake, a comuna religiosa à qual Fukaeri está ligada. Crisálida no ar, o romance escrito pela jovem, parece se tornar cada vez mais real à medida que seus acontecimentos vão se entrelaçando com a vida de Tengo. Por sua vez, Aomame tem como nova missão matar o líder de Sakigake.
Vigiados e em constante perigo, os protagonistas sabem que a seita e o Povo Pequenino são implacáveis. Aparentemente, não há como fugir da realidade de 1Q84 e nem é possível que ambos sejam salvos; entre Tengo e Aomame, apenas um será o escolhido. Cada vez mais imersos neste mundo paralelo, eles se dão conta de que somente conseguirão se salvar quando puderem encontrar um ao outro. 
Com mais de 4 milhões de exemplares vendidos somente no Japão,1Q84 não foge das referências ao clássico de George Orwell. No segundo volume, a vigilância por parte de grupos poderosos e o temor dos protagonistas diante de um Grande Irmão, entre outros temas, são referências constantes. Com seu típico estilo, Murakami insere diversas referências ocidentais em meio a um Japão cosmopolita para ambientar o enredo.
Ao costurar trechos de suspense, violência e distopia com momentos de nostalgia, amor e união, Murakami alcança em 1Q84 o ápice de sua obra e criatividade.

quinta-feira, 27 de março de 2014

10 - Guerra e Paz - Vol I

10 - Leon Tolstói; Guerra e Paz.; LP&M; 2007 (165-1869); 400 páginas Período de leitura: 26/03/2014 - 26/04/2014 

Comentário: 


Sinopse da editora: 

            “Publicado entre 1865 e 1869, Guerra e Paz é mundialmente aclamado como um dos maiores romances jamais escritos. Trata de um imenso e detalhado painel da sociedade russa durante o tumultuado período das guerras napoleônicas, de 1805 (ano da vitória de Napoleão na batalha de Austerlitz) a 1812 (quando ocorrerram a célebre retirada dos franceses durante o inverno e o incêndio de Moscou). Como fio condutor, temos a vida, as misérias e os amores de duas grandes famílias aristocratas. Uma multidão de personagens retrata as diversas camadas do mundo russo, dos camponeses ao tsar, e os protagonistas parecem ter vida própria, tão admirável é a capacidade de Tolstói (1828-1910) de representar pessoas psicologicamente complexas e profundas. Por sua ambição e pelas técnicas utilizadas, Guerra e Paz desafiou os parâmetros literários e a própria literatura do seu tempo.

Se em seu magnífico romance o autor mostrou o sacrifício, o patriotismo e a grandeza do povo russo, também construiu um momumento à paz. A obra-prima de Tolstói brilha como um livro maior entre milhões de livros, deslumbra como só uma verdadeira obra de arte é capaz de deslumbrar e emociona como só as grandes histórias, contadas pelos grandes narradores, conseguem emocionar."

quinta-feira, 13 de março de 2014

09 - A fidelidade conjugal seguido de O diabo

09 - Leon Tolstói; A fidelidade conjugal seguido de O diabo; LP&M; 2012 (orig. 1859); 182 páginas - Período de leitura: 10/03/2014 - 26/03/2014

Comentário: 


Sinopse da editora: 
"Poucos escritores penetraram tão fundo na alma dos seus personagens quanto Leon Tolstói (1828-1910), dono de uma técnica narrativa certeira e cristalina. É o que pode ser visto neste livro, que reúne duas primorosas amostras da sua vasta obra. Publicada em 1859, A felicidade conjugal é a primeira obra do futuro autor de Guerra e paz. Já o conto O diabo foi escrito em 1898 e publicado postumamente, em 1916. De origem autobiográfica, ambos os textos tratam das mesmas questões, caras a Tolstói: o papel do casamento, do sexo e das relações amorosas, bem como a responsabilidade moral dos indivíduos.

Em A felicidade conjugal, o autor demonstra sua habilidade de narrar a partir do ponto de vista de um personagem feminino – habilidade que seria levada às últimas conseqüências em Anna Karênina – para retratar a meninice despreocupada da princesinha Macha, sua aproximação e o posterior relacionamento com Serguêi Mikháilovitch. Em O diabo, Evguêni, um bacharel em Direito, se envolve com uma bela camponesa da região, num caso que teria tudo para ser esquecido e relegado às loucuras de juventude. Mas Evguêni é jovem, e não percebe que está criando armadilhas para si mesmo."

quarta-feira, 5 de março de 2014

08 - O ladrão honesto e outros contos

08 - Dostoiévski; O ladrão honesto e outros contos; Hedra; 2013 (1846-1849); 161 páginas - Período de leitura: 01/03/2014 - 10/03/2014

Comentário:



Sinopse da editora: 
"Dostoiévski é possivelmente o nome mais emblemático da literatura russa. Conhecido por seus grandes romances, o autor viveu sua primeira glória literária ainda na juventude, época que precedeu sua prisão, em 1849. Neste período, também escreveu prosas breves com procedimentos próximos aos da poesia—ele próprio chegou a usar a palavra “poema” para se referir a algumas de suas obras —, a exemplo dos contos Uma árvore de natal e um casamento, O ladrão honesto, O pequeno herói e Um coração fraco, textos que compõem este livro.

Em O LADRÃO HONESTO E OUTROS CONTOS já é possível identificar, ainda que em estado bruto, alguns traços marcantes da fase madura de Dostoiévski, como o humor e os diálogos ágeis. A aproximação de procedimentos poéticos se tornaria menos evidente nas obras futuras do autor, enquanto que as questões sobre moralidade, já presentes, se tornariam suas obsessões particulares. Fazem parte da temática desta primeira fase a crítica às disputas de poder veladas da sociedade petersburguesa, a questão de responsabilidade individual em meio a condições de vida degradantes, a ambiguidade de tom, fruto do choque entre condições de opressão e a censura à fraqueza moral, e a incapacidade de lidar com a própria felicidade. As experiências que o autor constrói com estes pequenos textos não se restringem às qualidades das tramas e personagens, mas também se revelam na percepção da realidade, aspecto que influiria definitivamente no curso da arte literária e que anteciparia algumas das maiores obras-primas da literatura universal.

FIÓDOR MIKHÁILOVITCH DOSTOIÉVSKI (Moscou, 1821– São Petersburgo, 1881) desde cedo demonstra interesse pelos livros e alcança grande sucesso já em seu romance de estreia, Gente pobre, de 1844. Imediatamente aclamado por Vissarion Bielínski, maior crítico da época, Dostoiévski passa a participar dos círculos literários de Moscou. Em 1849, foi preso e condenado à morte por sua participação no Círculo de Petrashevsky, espécie de sociedade secreta de aspirações utópicas e liberais, onde também se discutia literatura. Sua pena foi comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Ao retornar do exílio, foi aos poucos reconstruindo sua reputação de grande escritor, consolidada com a publicação dos romances Crime e Castigo, O idiota eOs irmãos Karamázov.

CECÍLIA ROSAS é tradutora e mestre em Literatura e Cultura Russa pela Universidade de São Paulo. De Púchkin, traduziu a “Viagem a Arzum”, para aNova antologia do conto russo (Editora 34, 2011), O conto maravilhoso do tsar Saltan (Cosac Naify, 2013) eNoites egípcias e outros contos (Hedra, 2010).

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

07 - Cândido ou o Otimismo

07 - Voltaire; Cândido ou o Otimismo; LP&M; 2013 (1759); 141 páginas - Período de leitura: 19/02/2014 - 28/02/2014 

Comentário: 
O preconceito é algo tenebroso, difícil mesmo de entender,... durante anos fui "impedido" de ler  este magnifico e imaginativo livro por não saber do que se tratava, ou melhor por julgar saber.

Pra quem é mal informado como eu, Cândido o livro, não é nenhum tratado filosófico como se poderia vir a julga-lo conhecendo a fama do autor, Cândido é literatura, é aventura, é romance. Obra prima do filosofo Voltaire, estranhamente! 

É claro, Voltaire sagaz que é imprimiu toda a sua filosofia, todo o seu conhecimento neste pequeno livro de forma deliciosa, sem deixar de carrega-lo com aquela ironia que o tornou famoso. E se tratando de ironia o que Voltaire fez neste livro é algo fenomenal: elevou a ironia um estagio máximo, algo bom, puro, desejável  e muitíssimo divertido. 

A ironia em Cândido e o Otimismo soa como poesia sarcástica e cínica, satírica e pessimista. 

É um livro para se ler e reler pois na verdade ele é sim um tratado de filosofia, só que na forma de romance. 

Este livro é tão divertido e especial que uma sinopse não lhe cairia bem, seria muito simplório, perderia todo o seu teor irônico, na verdade a ironia e o cinismo são como personagens do livro estes sim devem ser experimentados.

Sinopse da editora: 
“François Marie Arouet, conhecido como Voltaire (1694-1778), nasceu e morreu em Paris. Descendente da pequena nobreza européia, desde cedo destacou-se como brilhante pensador, tendo freqüentado as melhores universidades do seu tempo. Com pouco mais de 20 anos já havia sido preso e exilado por ordem do regente Felipe de Orleans a quem havia dedicado panfletos satíricos e críticos. No seu exílio inglês escreveu as célebres Cartas inglesas ou Filosóficas. Sua obra é vasta, como longa foi a sua vida. Cândido ou o otimismoé a sua obra-prima, uma amostra de seu talento como escritor aliado à mordacidade, ironia e um certo cinismo que foi uma das marcas de sua convivência com os poderosos.

"Guiado pela razão", como costumava dizer, Voltaire foi, segundo Roland Barthes, "o último escritor feliz". Seu derradeiro bilhete diz que "morria admirando os amigos, sem odiar os inimigos e detestando a superstição". Personalíssimo, o seu pensamento se enquadra dentro da tradição do humanismo e seus escritos certamente estimularam a liberalização das instituições e as reformas sociais.”


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

06 - A paixão segundo G.H.

06 - Clarice Lispector; A paixão segundo G.H.; Editora Rocco; 2009 (1964); 180 páginas 

Comentário: 
Ler Clarice Lispector é como entrar em um labirinto - o mesmo labirinto em que se encontram tantos outros escritores brasileiros criadores de estilo como Guimarães Rosa e Érico Verissimo.
O labirinto da compreensão - de tentar entender – o que por si só não deve ser feito. Jamais! Não deve ser entendido – basta ser lido... e deixar que a ideia tome forma, esperar que o ócio e o intelecto façam o resto,... ou não!


A paixão segundo G.H. é um jogo de palavras riquíssimo e sedutor de caráter epifânico – como uma revelação, um satori, assim, sem mais nem menos. É como um Koan ou um texto ocultista do século XVIII, ou ainda como um texto profético e apocalíptico da bíblia, apesar da escritora ser existencialista e claro nem um pouco religiosa esse texto tem também um caráter penitente, redentor. 


"O inferno é a boca que morde e come a carne viva que tem
sangue, e quem é comido uiva com o regozijo no olho: o inferno é a
dor como gozo da matéria, e com o riso do gozo, as lágrimas
escorrem de dor. E a lágrima que vem do riso de dor é o contrário
da redenção. Eu via a inexorabilidade da barata com sua máscara
de ritual. Eu via que o inferno era isso: a aceitação cruel da dor, a
solene falta de piedade pelo próprio destino, amar mais o ritual de
vida que a si próprio - esse era o inferno, onde quem comia a cara

viva do outro espojava-se na alegria da dor."

"A alegria de perder-se é uma alegria de sabath. Perder- se é
um achar-se perigoso. Eu estava experimentando naquele deserto
o fogo das coisas: e era um fogo neutro. Eu estava vivendo da
tessitura de que as coisas são feitas. E era um inferno, aquele,
porque naquele mundo que eu vivia não existe piedade nem
esperança.
Eu entrara na orgia do sabath. Agora sei o que se faz no
escuro das montanhas em noites de orgia. Eu sei! sei com horror:
gozam-se as coisas. Frui-se a coisa de que são feitas as coisas -
esta é a alegria crua da magia negra. Foi desse neutro que vivi - o
neutro era o meu verdadeiro caldo de cultura. Eu ia avançando, e
sentia a alegria do inferno.
E o inferno não é a tortura da dor! é a tortura de uma alegria."


Sinopse da editora: 

            “Romance original, desprovido das características próprias do gênero, A paixão segundo G.H. conta, através de um enredo banal, o pensar e o sentir de G.H., a protagonista-narradora que despede a empregada doméstica e decide fazer uma limpeza geral no quarto de serviço, que ela supõe imundo e repleto de inutilidades.

Após recuperar-se da frustração de ter encontrado um quarto limpo e arrumado, G.H. depara-se com uma barata na porta do armário. Depois do susto, ela esmaga o inseto e decide provar seu interior branco, processando-se, então, uma revelação.

G.H. sai de sua rotina civilizada e lança-se para fora do humano, reconstruindo-se a partir desse episódio. A protagonista vê sua condição de dona de casa e mãe como uma selvagem. Clarice escreve: “Provação significa que a vida está me provando. Mas provação significa também que estou provando. E provar pode ser transformar numa sede cada vez mais insaciável.”

A paixão segundo G.H., como os demais títulos de Clarice Lispector relançados pela Rocco, recebeu novo tratamento gráfico e passou por rigorosa revisão de texto, feita pela especialista em crítica textual Marlene Gomes Mendes, baseada em sua primeira edição.”

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

05 - O estrangeiro

05 - Albert Camus; O estrangeiro; Editora Record; 2007; 126 páginas

Comentário:

            Esta obra - como todas as de Camus – é ao mesmo tempo lúcida e absurda, porque apesar de Mersault, o protagonista desta obra viver ao sabor do acaso – vivendo diversas aventuras que beiram o absurdo – Mersault é uma pessoa real, humana, sobriamente lucida, de uma lucidez que chega a ferir.

         Mersault se despe da máscara da hipocrisia, não cultiva os valores ditos “da sociedade”, é bruto, nú, e egoisticamente não se preocupa com nada nem com ninguém.

            Mersault é o que é.

        A questão importante aqui é que os sentimentos vividos por Mersault, todos nós impreterivelmente se não os provamos vamos provar um dia...

Sinopse da editora:

            "Mais conhecida e importante obra de ficção de Albert Camus, o romance O estrangeiro — publicado pela primeira vez em 1942 — é o terceiro livro de Camus a ser reeditado pela Editora Record, em apresentação luxuosa com sobrecapa assinada pelo artista gráfico Victor Burton e tradução totalmente revisada.


            Estre livro narra a história de um homem comum que se depara com o absurdo da condição humana depois que comete um crime quase inconscientemente. Meursault, que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, subitamente perde-a envolvido pelas circunstâncias e acaba descobrindo uma liberdade maior e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar. Uma reflexão sobre liberdade e condição humana que deixou marcas profundas no pensamento ocidental. Uma das mais belas narrativas deste século."

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

04 - Piteco Inga

04 - Shico; Piteco Inga; Editora Panini; 2012; 84 páginas 

Comentário: 

Sinopse da editora: 
"O povo de Lem se vê obrigado a migrar porque o rio próximo à aldeia secou. Mas o valente caçador Piteco decide não ir, pois precisa resgatar Thuga, que foi raptada pela tribo dos homens-tigre. O paraibano Shiko mistura a sua origem nordestina à essência do homem das cavernas criado por Mauricio de Sousa."

03 - Chico Bento - Pavor espaciar

03 - Gustavo Duarte; Chico Bento - Pavor espaciar; Editora Panini; 2012; 84 páginas 


Comentário: 

Sinopse da editora: 
"Tinha tudo para ser mais uma noite tranqüila na Vila Abobrinha. Mas Chico Bento, o seu primo Zé Lelé, o porco Torresmo e a galinha Giserda acabam abduzidos por alienígenas que têm planos sinistros. Em Pavor Espaciar, o autor Gustavo Duarte reinterpreta os personagens de Mauricio de Sousa mesclando perigo, aventura, suspense e humor."

domingo, 12 de janeiro de 2014

02 - Assim falou Zaratustra - Adaptação

02 Friedrich Nietzsche(East Press), Assim falou Zaratustra - Adaptação; LP&M Pocket; 2013; 198 páginas

Comentário:               
          Achei muito interessante esse novo projeto da LP&M, lançar esta coleção de clássicos adaptados em mangá, só não sei por que estão vindo no sentido convencional de quadrinhos, da direita para a esquerda e não o contrario como nos mangás japoneses. 
             
       Na verdade esta série é muito, muito interessante por alguns motivos:


  • As obras adaptadas são nada convencionais como A arte da guerra de Sun Tzu e O manifesto do partido comunista de Marx e Engels;
  • As historias não são simplesmente transpostas do original para o mangá, elas são completamente adaptadas, em uma transcrição livre e criativa com muita propriedade intelectual sem é claro alterar genericamente o sentido proposto originalmente.
  • Como é o caso deste Assim falou Zaratustra, a polêmica, lisérgica, incompreendida e mais importante obra de Nietzsche, que foge bastante do original, porém muito divertida e criativa tornou-se um misto de Laranja mecânica com viagem no tempo...


Comentário da editora:

    "man•gá ou 漫画, em japonês (man, involuntário + gá, imagem), é um gênero de história em quadrinhos herdeiro das gravuras japonesas clássicas e das HQs ocidentais. Esta coleção traz para o leitor brasileiro os textos de grandes clássicos da literatura universal adaptados para a linguagem ágil e dinâmica das histórias em quadrinhos japonesas."

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

01 - Humilhados e ofendidos

01- Fiódor Dostoiévski; Humilhados e ofendidos; Nova Alexandria; 2013; 318 páginas - Período de leitura: 01/01/2014 - 30/01/2014 

Comentário: 


     Dostoiéviski é um cara mau, consegue torturar-nos até quase a exaustão, com seus dramas psicológicos e seus personagens sempre tão reais...

          Dostoiéviski é no mínimo um bruxo que te envolve, hipnotiza, amaldiçoa e destrói completamente sua humanidade.

          É claro! Não é bem assim, mais uma coisa é certa: a relação que o leitor tem com Dostoiéviski por todo o mundo é uma espécie de ligação que beira o místico. Dostoiéviski chega ao ponto de tomar o lugar do ego, ou de deus - não conversa contigo, pensa por ti, te ensina a pensar. Sem exagero o leitor, fã, admirador entenderá.

Ou seria um santo?

Livros como: Crime e castigo, Os irmãos Karamazov, O idiota, Os demônios, O jogador, Recordações da casa dos mortos, O duplo, Aldeia de Stiepantchikov e seus habitantes, O adolescente, Notas do subterrâneo, Noites brancas, Gente pobre e tantos outros, todos de leitura extremamente viciante que só vem a comprovar a genialidade desta mente irrequieta e introspectiva de uma inteligencia rara, existencial e de aguçado senso de observação que é Dostoiéviski. 

Sinopse da wikipédia: 


          "Colocado pela crítica entre os romances mais notáveis de Dostoiévski, 'Humilhados e Ofendidos' é um retrato contundente e profundo da vida nas grandes cidades. Escrito para ser publicado em jornal, a obra buscar envolver o leitor em uma atmosfera de grande tensão psicológica. A história, que tem como principais personagens uma família empobrecida, um príncipe e um escritor, mostra como a fortuna e o poder, aliados à argúcia, podem dominar completamente as relações humanas."