quarta-feira, 3 de outubro de 2012

27 - Contos de horror do século XIX


27 - Alberto Manguel; Contos de horror do século XIX; Cia das Letras; 2005; 522 páginas – Período de leitura: 02/10 /12 - 11/11/12

Comentário:

É através de livros como este que, venho formulando há algum tempo um dogma um tanto estranho de que: o mal não é tão mal assim... e que podemos experimenta-lo sem medo! Na forma de arte. Um tanto estranho?... pois a sociedade – tanto a erudita quanto a de âmbito popular – tem um certo preconceito e vem negligenciado estas historias de horror e seus criadores, mestres indiscutíveis e grandiosos dotados de uma mente inventiva ao extremo, gênios do mesmo patamar de Shakespeare ou Balzac por que não? Mestres como Edgar Allan Poe, Julio Verne, Arthur Conan Doyle, Jack London, só citando aqui os mais famosos. Não é a toa que a maioria dos escritores aqui apresentados são considerados “escritores malditos” ou exclusivos para um público infanto- juvenil. 

São considerados malditos por descreverem o mal com tanta perfeição, como só uma pessoa que cultuasse as trevas poderia descrever; porque brincavam com o grotesco das superstições humanas com ar de zombaria. Enfim, porque conheciam muito bem a mente humana e o que nela se esconde. 

E não precisa ser uma pessoa supersticiosa para ficar com medo de ler esses contos de horror, é possível que até uma pessoa completamente cética gele até os ossos ao lê-los. 

Só a leitura de “a família do vurdalak” já valeu a compra deste livro. Uma história de vampiros escrita em meados do século XIX, completamente cinematográfica, um trailer de horror psicológico vai aumentando o ritmo até o limite da resistência, antes de seu clímax.


Contos

01 – A mão do macaco – W. W. Jacobs;
02 – A família do vurdalak – Aleksei Konstantinovitchi Tolstói;
03 – O cone – H. G. Wells;
04 – Os lábios – Henry St. Clair Whitehead;
05 – A última visita do cavalheiro doente – Giovanni Panini;
06 – A larva – Rubén Darío;
07 – A fera – Joseph Conrad;
08 – A mulher alta – Pedro Antonio de Alarcón;
09 – A janela vedada – Ambrose Bierce;
10 – A volta do parafuso – Henry James;
11 – O chinago – Jack London;
12 – A falsa Esther – Pierre Louÿs;
13 – A tortura pela esperança – Villiers de L’isle Adam;
14 – Frumm-flapp – Jules Verne;
15 – Melück Maria Blainville, a profetisa... – Achim Von Arnim;
16 – Morte na sala de aula – Walt Whitman;
17 – A casa de Bulemann – Theodor Storm;
18 – Halá branco – Lamed Schapiro;
19 – Esperidião – George Sand;
20 – O travesseiro de penas – Horacio Quiroga;
21 – Os fatos no caso do Sr. Valdemar – Edgar Allan Poe;
22 – Uma vendeta – Guy de Maupassant;
23 – A fava – Léon Bloy;
24 – O tarn – Hugh Walpole;
25 – A selvagem – Bram Stoker;
26 – O amigo dos espelhos – Georges Rodenbach;
27 – A aia - Eça de Queiroz;
28 – A flor vermelha – Vsévolod Mikháilovitch Gárchin;
29 – O que foi aquilo? Um mistério – Fitz-James O’brien;
30 – Bárbara, da casa de Grebe – Thomas Hardy;
31 – A casa mal-assombrada – Edith Nesbit;
32 – O cirurgião de Gaster Fell – Arthur Conan Doyle;
33 – O rapa-carniça – Robert Louis Stevenson;


 Sinopse da editora:

"Assim que a noite cai e os contornos diurnos das coisas e das pessoas começam a se confundir, começam igualmente a ceder as muralhas que todos nós erguemos contra o desconhecido. É a hora das sombras furtivas, dos ruídos suspeitos, quando basta um momento de descuido para que nossas apreensões e pesadelos ameacem ganhar presença palpável. É esse o domínio do conto de horror, que flerta com essa zona cinzenta e incerta de nossas vidas e a transforma em literatura.Nesta antologia de Contos de horror do século XIX, o escritor Alberto Manguel reuniu, especialmente para o público brasileiro, a fina flor do medo. Tão antigo quanto a civilização, o conto de horror define suas regras e chega a seu apogeu na literatura anglo-saxônica, na linhagem de escritores que vai da "gótica" Ann Radcliffe a Edgar Allan Poe e H. P. Lovecraft. Mas Manguel não se contenta apenas com os mestres mais conhecidos do gênero, como Henry James, Guy de Maupassant ou Robert Louis Stevenson. Convoca escritores de toda estatura e de várias línguas, do português de Eça de Queiroz ao íidiche de Lamed Schapiro.

Nesse percurso, o leitor transita por todos os ambientes e resvala em todos os motivos do conto de horror: igrejas em ruínas, subsolos pútridos, jardins ermos, prisões e campos de batalha, criaturas invisíveis, mortos-vivos, animais espantosos e espelhos encantados. Tudo isso em sua poltrona preferida, em (relativa) segurança, desfrutando ainda do último charme deste livro: novas traduções de todas as narrativas, cada uma a cargo de um nome expressivo da cultura brasileira contemporânea."

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

26 - Serraria baixo-astral - Coleção Desventuras em Série

26 - Lemony Snicket; Serraria baixo-astral - Coleção Desventuras em Série; Cia das Letras; 2007; 176 páginas – Período de leitura: 29/09/12 - 02/10 /12

Comentário: (aguardando...)

Li este livro por influência de minha filha, e a vontade que tenho é de ler a coleção inteira, (13 livros). A história é bem curtinha, porém trás uma linguagem divertidíssima. O fato desta série agradar todas as idades, apenas comprova que a linguagem usada pelo autor de Desventuras em Série é muito divertida, inteligente e instigante. ...diferente, sem ser nenhum pouco complicada.



Sinopse da editora:
"Na opinião de Lemony Snicket, "de todos os volumes que contam a vida infeliz dos órfãos Baudelaire, Serraria baixo-astral talvez seja o mais triste até agora". Alto-Astral é o nome da serraria que serve de cenário para as novas calamidades que Klaus, Violet e Sunny serão obrigados a viver. Trata-se de uma "ironia do destino", pois ali, no meio daquelas árvores derrubadas, daquelas enormes toras de madeira, o que as três crianças vão encontrar é mais uma coleção de coisas horripilantes, tais como uma gigantesca pinça mecânica, bifes do tipo sola de sapato, uma hipnotizadora e um homem com uma nuvem de fumaça no lugar da cabeça. A vida dos Baudelaire é mesmo muito diferente da vida da maioria das pessoas, "a diferença principal estando no grau de infelicidade, horror e desespero"...Diante desse quadro, algum leitor desavisado pode desconfiar: "Como é que alguém vai se divertir com um livro desses, se as personagens não param de sofrer?!". A pergunta faz sentido, mas é justamente aí que descobrimos um dos melhores segredos de Lemony Snicket, pseudônimo do americano Daniel Handler. Ele leva o exagero às raias do absurdo, faz o realismo perder feio para o mais deslavado faz-de-conta e o resultado não poderia ser outro: um jogo literário incessantemente bem-humorado.

Em 2005, Jim Carrey estrelou uma versão cinematográfica dos três primeiros livros da série, no papel de conde Olaf."