quarta-feira, 5 de março de 2014

08 - O ladrão honesto e outros contos

08 - Dostoiévski; O ladrão honesto e outros contos; Hedra; 2013 (1846-1849); 161 páginas - Período de leitura: 01/03/2014 - 10/03/2014

Comentário:



Sinopse da editora: 
"Dostoiévski é possivelmente o nome mais emblemático da literatura russa. Conhecido por seus grandes romances, o autor viveu sua primeira glória literária ainda na juventude, época que precedeu sua prisão, em 1849. Neste período, também escreveu prosas breves com procedimentos próximos aos da poesia—ele próprio chegou a usar a palavra “poema” para se referir a algumas de suas obras —, a exemplo dos contos Uma árvore de natal e um casamento, O ladrão honesto, O pequeno herói e Um coração fraco, textos que compõem este livro.

Em O LADRÃO HONESTO E OUTROS CONTOS já é possível identificar, ainda que em estado bruto, alguns traços marcantes da fase madura de Dostoiévski, como o humor e os diálogos ágeis. A aproximação de procedimentos poéticos se tornaria menos evidente nas obras futuras do autor, enquanto que as questões sobre moralidade, já presentes, se tornariam suas obsessões particulares. Fazem parte da temática desta primeira fase a crítica às disputas de poder veladas da sociedade petersburguesa, a questão de responsabilidade individual em meio a condições de vida degradantes, a ambiguidade de tom, fruto do choque entre condições de opressão e a censura à fraqueza moral, e a incapacidade de lidar com a própria felicidade. As experiências que o autor constrói com estes pequenos textos não se restringem às qualidades das tramas e personagens, mas também se revelam na percepção da realidade, aspecto que influiria definitivamente no curso da arte literária e que anteciparia algumas das maiores obras-primas da literatura universal.

FIÓDOR MIKHÁILOVITCH DOSTOIÉVSKI (Moscou, 1821– São Petersburgo, 1881) desde cedo demonstra interesse pelos livros e alcança grande sucesso já em seu romance de estreia, Gente pobre, de 1844. Imediatamente aclamado por Vissarion Bielínski, maior crítico da época, Dostoiévski passa a participar dos círculos literários de Moscou. Em 1849, foi preso e condenado à morte por sua participação no Círculo de Petrashevsky, espécie de sociedade secreta de aspirações utópicas e liberais, onde também se discutia literatura. Sua pena foi comutada para trabalhos forçados na Sibéria. Ao retornar do exílio, foi aos poucos reconstruindo sua reputação de grande escritor, consolidada com a publicação dos romances Crime e Castigo, O idiota eOs irmãos Karamázov.

CECÍLIA ROSAS é tradutora e mestre em Literatura e Cultura Russa pela Universidade de São Paulo. De Púchkin, traduziu a “Viagem a Arzum”, para aNova antologia do conto russo (Editora 34, 2011), O conto maravilhoso do tsar Saltan (Cosac Naify, 2013) eNoites egípcias e outros contos (Hedra, 2010).

Nenhum comentário:

Postar um comentário