segunda-feira, 4 de novembro de 2013

21 - Primeiras Estórias

21 - João Guimarães Rosa; Primeiras Estórias; Nova Fronteira; 2005; 209 páginas - Período de leitura: 25/10/13 - 15/11/13

Comentário: 

     Só agora entendo porque se diz que Guimarães Rosa escreve em prosa, porém é como se escrevesse em poesia, e que, em cada palavra sua está contido um universo. O trecho a seguir retirado do conto “Nenhum, nenhuma” exemplifica muito bem esta afirmação:

“Dentro da casa-de-fazenda, achada, ao acaso de outras várias e recomeçadas distâncias, passaram-se e passam-se, na retentiva da gente, irreversos grandes fatos – reflexos, relâmpagos, lampejos – pesados em obscuridade. A mansão, estranha, fugindo, atrás de serras e serras, sempre, e á beira da mata de algum rio, que proíbe o imaginar. Ou talvez não tenha sido numa fazenda, nem do indescoberto rumo, nem tão longe? Não é possível saber-se, nunca mais.”

E talvez, por esta razão que há tanto tempo tenha eu relutado em ler os escritores nacionais – como Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, e o próprio Machado – que descaso o meu! Livros como este só estimulam o meu pensar e me fazem enxergar que muitas vezes procuramos lá fora o que se encontra aqui.

Sinopse da editora: 

"Contos em que sobressaem os costumes e a linguagem das gentes de Minas. Inclui "A terceira margem do rio", clássico da literatura transformado em filme por Nelson Pereira dos Santos em 1993. É certamente o melhor livro para o jovem ser apresentado à literatura."

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