quarta-feira, 10 de julho de 2013

12 - O Cemitério de Praga

12 - Umberto Eco; O Cemitério de Praga; Editora Record; 2010; 480 páginas – Período de leitura: 09/07/13 - 31/07/13

Comentário:

Repito aqui tudo que já havia dito antes no comentário de Baudolino, afinal o que se deve esperar do autor do nome da rosa? Porém neste livro temos um humor muito mais pesado, doentio e violento.

Umberto Eco não faz apenas crítica aos padres, maçons e personagens da história, ele faz um ataque a moral e a própria sociedade, ao próprio ser humano. Umberto Eco não poupa críticas a ninguém, todos são culpados – a começar pelo herói da história, Simonini. 

Simonini não tem nenhuma característica digna de nota, falo das positivas, nenhuma que possa se chamar de virtude. Não é nada confiável, e ainda egoísta e misógino, mesmo assim é com ele que você vai se identificar. 

Simonini faz coisas detestáveis, porém faz isso unicamente como autoproteção, afinal vive em um ambiente onde se desenrolam complôs, enganos, falsificações e assassinatos. 

Mas é esse o charme da história, e creio que a exemplo de O nome da rosa, um clássico moderno e contemporâneo, O cemitério de Praga está destinado a ser tornar mais um clássico, no mínimo um excelente filme. 


Sinopse da editora: 

"O mais importante intelectual italiano vivo, imbatível nos estudos de semiótica, Umberto Eco é, também, um romancista de talento incomparável. Mestre em criar tramas engenhosas, capazes de mesclar vários níveis de linguagem, personagens e ações, se tornou conhecido mundo afora com o sucesso de público e crítica O nome da rosa. Três décadas depois desse estupendo thriller, Eco retorna com um dos mais antecipados — e controversos — livros dos últimos anos: O cemitério de Praga. Quatrocentos mil exemplares vendidos na Itália em um mês.

Um tratado sobre o mecanismo do ódio, e espécie de síntese da história do preconceito, o livro causou desconforto em setores mais conservadores da sociedade italiana, principalmente entre religiosos, por misturar personagens históricos a um anti-herói fictício, cínico e maquiavélico, capaz de tudo para conseguir se vingar de padres, jesuítas, comunistas, mas, principalmente, dos judeus. Repleto de teorias da conspiração, falsificações, assuntos maçônicos e detalhes da unificação italiana, é no antisemitismo que repousa o coração da narrativa.

O cemitério de Praga também lembra um dos mais impressionantes episódios de falsificação da história: Os protocolos dos sábios de Sião, um texto forjado pela polícia secreta do Czar Nicolau II para justificar a perseguição aos judeus. Os escritos, que se acredita terem sido baseados em um texto francês — Diálogos no inferno entre Maquiável e Montesquieu — descreviam um suposto plano para a dominação mundial pelos israelitas. E serviriam de inspiração a Hitler para os campos de concentração. 



O odioso Simonini, que o próprio autor define como um dos mais repulsivos personagens literários já criados, é um mestre do disfarce e da conspiração. Um falsário a serviço de vários governos. Do nordeste italiano até a Sicília de Garibaldi, das favelas de Paris às tabernas alemãs, passando por missas negras, o bombardeio a Napoleão III, a Comuna de Paris, o caso Dreyfus, o Ressurgimento, Simonini é todas as revoluções, as más escolhas, os erros do século XIX, que Eco reconstrói com grande rigor histórico, entre tomadas de poder e revoluções. 

Com ares de novo clássico, O cemitério de Praga leva as mentiras históricas a novos patamares e revela, ainda, ferramentas usadas por falsários e propagandistas. Um trabalho memorável de filosofia da história e a natureza da ficção. Eco em sua melhor forma. 

“Eco vence o desafio de inovar seu próprio gênero, sem perder o leitor acostumado às aventuras físicas e intelectuais dos romance erudito. Mostra que ainda é – para usar um termo que ele não aprovaria – o papa do suspense erudito”, Luis Antônio Giron para a revista Época."

segunda-feira, 8 de julho de 2013

11 - A queda


11 - Albert Camus; A queda; Bestbolso-Record; 2007; 112 páginas – Período de leitura: 06/07/13 - 09/07/13

Comentário:
Este pequeno livro nos mostra a realidade na sua forma mais crua e desumana. Revela a angústia do homem proveniente do sentimento de culpa e do absurdo da vida, apesar de curto é como a própria personalidade de Camus escritor brilhante e pensador instigante

Sinopse da editora: 

“Camus é notável. Com argúcia, elegância, ironia e inteligência requintada, perturba a confiança e angustia o homem contemporâneo.” San Francisco Chronicle 
“Tão curto, veemente e perspicaz este monólogo sobre a condição humana.” Nation 

"Um advogado francês faz seu exame de consciência num bar de marinheiros, em Amsterdã. O narrador, autodenominado “juiz-penitente”, denuncia a própria natureza humana misturada a um penoso processo de autocrítica. O homem que fala em A queda se entrega a uma confissão calculada. Mas onde começa a confissão e onde começa a acusação? Ele se isolou do mundo após presenciar o suicídio de uma mulher nas águas turvas do Sena, sem coragem de tentar salvá-la. Camus revela o homem moderno que abandona seus valores e mergulha num vazio existencial. Fundamental para todas as gerações."