segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

02 - Dois sonhos - O sonho do titio e Sonhos de Petersburgo em verso e prosa

02 - Fiódor Dostoiévski; Dois sonhos, O sonho do titio e Sonhos de Petersburgo em verso e prosa; Editora 34; 2012; 240 páginas – Período de leitura: 03/02/13 - 16/02/13



Comentário: 
Assim como no romance cômico A aldeia de Stepántchikovo e seus habitantes, aqui, em O sonho de titio o Dostoéviski que se vê é completamente desconhecido para quem lê seus clássicos romances, que são sempre carregados de cenas densamente dramáticas, envoltas em crises existenciais, e tendências a assassinato e suicídio, etc., nesta breve novela Dostoéviski é dado a comicidade, a situações hilárias e escandalosas. A história em si não  é complexa, porém a genialidade com que Dostoéviski cria situações ridículas e hilariantes faz com que esta novela seja completamente imprevisível, sendo um susto a cada página.  


Sinopse da editora:
"Este volume reúne dois textos ficcionais de Fiódor Dostoiévski que se articulam não pelo gênero, mas por aquela percepção extremamente aguçada que tende a descobrir, por meio da ironia e do confronto entre diferentes pontos de vista, os ângulos mais incomuns da realidade.

Em O sonho do titio, de 1859 - ano em que o escritor retorna a São Petersburgo após um longo período de exílio na Sibéria -, a narrativa toma a forma da comédia de costumes e da crônica de província para promover um desmascaramento geral da sociedade russa, particularmente de sua aristocracia às vésperas de importantes transformações históricas, que ela parece absolutamente não enxergar.

Já em Sonhos de Petersburgo..., folhetim de 1861, Dostoiévski apaga deliberadamente as fronteiras entre a prosa e a poesia para construir uma visão ao mesmo tempo crítica, cômica e fantástica da cidade construída por Pedro, o Grande - tudo isso vazado num registro que oscila entre o devaneio, a epifania e a mais lúcida observação. Em comum, os dois sonhos de Dostoiévski - traduzidos por Paulo Bezerra diretamente do original russo - trazem o impulso do humor anárquico de Nikolai Gógol (1809-1852), que subverte as expectativas e, com as armas do absurdo e do nonsense, renova de modo surpreendente o nosso olhar sobre o mundo."

Sobre o autor:

"Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski nasceu em Moscou a 30 de outubro de 1821, e estreou na literatura com Gente pobre, em 1844. Após ser preso e condenado à morte pelo regime czarista em 1849, teve sua pena comutada para quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria, experiência retratada em Recordações da casa dos mortos (1861). Após esse período, escreve uma sequência de grandes romances, como Crime e castigo e O idiota, culminando com a publicação de Os irmãos Karamázov em 1880. Reconhecido como um dos maiores autores de todos os tempos, Dostoiévski morreu em São Petersburgo, a 28 de janeiro de 1881."
Sobre o tradutor:
"Paulo Bezerra estudou língua e literatura russa na Universidade Lomonóssov, em Moscou, e foi professor de teoria da literatura na UERJ e de língua e literatura russa na USP. Livre-docente em Letras, leciona atualmente na Universidade Federal Fluminense. Já verteu diretamente do russo mais de quarenta obras nos campos da filosofia, psicologia, teoria literária e ficção, destacando-se suas premiadas traduções de Crime e castigo, O idiota, Os demônios e Os irmãos Karamázov, de Dostoiévski. Em 2012 recebeu do governo da Rússia a Medalha Púchkin, por sua contribuição na divulgação da cultura russa no exterior."


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