segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

36 - A aldeia de Stepántchikovo e seus habitantes

36 - Fiódor Dostoiévski; A aldeia de Stepántchikovo e seus habitantes; Editora 34; 2012; 352 páginas – Período de leitura: 23/12/12 - 05/01/13 

Comentário: 
Em A aldeia de Stepántchikovo e seus habitantes, Dostóievski é perspicaz quando brinca com valores e costumes de sua época como a servidão, a divisão de classes e o sistema de patentes russo. Com muita ironia e sagacidade Dostóievski cria personagens caricatos, grandiosos e por vezes déspotas ou subservientes, e como se já não bastasse pela grandeza dos personagens, constrói uma trama intrincada de relações entre pessoas em que nada é o que parece ser. 

A aldeia de Stepántchikovo e seus habitantes inicialmente foi idealizada como uma peça depois passou a ser um romance cômico, mas na minha opinião esta obra é uma verdadeira ópera por ser teatral, por sua comédia e composição dramática, basta adicionarmos uma orquestra sinfônica tenores e sopranos...



Sinopse da editora:
"Publicado em 1859, o romance A aldeia de Stepántchikovo e seus habitantes marcou a volta de Dostoiévski ao mundo da literatura após quase dez anos de exílio na Sibéria. Idealizada primeiramente como uma peça, a obra revela uma faceta cômica do autor, inspirada tanto nos textos como na figura de Gógol. Essa referência aparece não apenas na ambientação, mas também no memorável personagem de Fomá Fomitch Opískin - segundo Thomas Mann, "uma criatura cômica de primeira grandeza, irresistível, equiparável às de Shakespeare e Molière" -, o antigo bufão que passa a tiranizar, de maneira a mais absurda, a casa em que vive como agregado.
Neste livro em que Dostoiévski diz ter colocado "sua alma, sua carne e seu sangue", o jovem narrador Serguei Aleksándrovitch, levado ao ambiente extravagante da propriedade de seu tio, encontra ali uma espécie de micromundo farsesco, cheio de tramas e complôs, no qual cada personagem assume uma voz distinta. Prova do humor inusitado de Dostoiévski, A aldeia de Stepántchikovo traz vários dos ingredientes essenciais de sua poética, bem como a inesquecível galeria de tipos humanos que povoam sua literatura - e que encontraram nos desenhos de Darel Valença Lins uma tradução gráfica da mais alta qualidade."
Sobre o autor:
"Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski nasceu em Moscou a 30 de outubro de 1821, e estreou na literatura com Gente pobre, em 1844. Após ser preso e condenado à morte pelo regime czarista em 1849, teve sua pena comutada para quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria, experiência retratada em Recordações da casa dos mortos (1861). Após esse período, escreve uma sequência de grandes romances, como Crime e castigo e O idiota, culminando com a publicação de Os irmãos Karamázov em 1880. Reconhecido como um dos maiores autores de todos os tempos, Dostoiévski morreu em São Petersburgo, a 28 de janeiro de 1881."
Sobre o tradutor:
"Lucas Simone nasceu em São Paulo, em 1983, e formou-se em História pela Universidade de São Paulo. É professor de língua russa e tradutor, tendo publicado a peça Pequeno-burgueses e A velha Izerguil e outros contos, ambos de Maksim Górki (Hedra, 2010). Traduziu ainda os contos "A sílfide", de Odóievski; "O inquérito", de Kuprin; "Ariadne", de Tchekhov; "Vendetta", de Górki; e "Como o Robinson foi criado", de Ilf e Petrov, para a Nova antologia do conto russo (1792-1998), organizada por Bruno Barretto Gomide (Editora 34, 2011)."
Sobre o ilustrador:
"Darel Valença Lins nasceu em Palmares, PE, em 1924. Em 1941 transfere-se para o Recife, onde trabalha no Departamento Nacional de Obras e Saneamentos e frequenta a Escola de Belas Artes. Em 1946 é transferido pelo DNOS para o Rio de Janeiro. Nesta cidade cursa gravura em metal no Liceu de Artes e Ofícios, tendo como professor Henrique Oswald, e trava amizade com artistas como Marcelo Grassmann, Lívio Abramo e Oswaldo Goeldi, além do escritor Lúcio Cardoso. Na década de 1950, passa a lecionar litografia na Escola Nacional de Belas Artes e inicia intensa atividade como ilustrador em livros, jornais e revistas. Com vários prêmios no currículo, como o Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão de Arte Moderna de 1957 e o Prêmio de Melhor Desenhista Nacional na VII Bienal de São Paulo de 1963, Darel vive hoje no Rio de Janeiro, onde mantém seu ateliê."

Nenhum comentário:

Postar um comentário