sábado, 20 de abril de 2013

06 - Crônicas marcianas


06 - Ray Bradbury; Crônicas marcianas; Editora Globo; 2007; 304 páginas – Período de leitura: 20/04/13 - 02/05/13 

Comentario:
         Este é mais um dos livros que me propus a reler por este simples motivo: 

      Alguns livros não nos saem da cabeça, de forma que volta e meia lembramos de algumas cenas como uma espécie de lembrança visual, na verdade muitas destas vezes não sabemos ao certo de onde vem esta lembrança. Este com certeza é um destes raros livros, é apaixonante! Prefeito! ...e digo com razão que, rele-lo foi (e sempre será) uma das mais prazerosas, interessantes e introspectivas experiências que tive o privilegio de experimentar. Quer seja pelo seu humor esperançoso quer pelo suspense progressivo, terrivelmente assustador e celerado, quer pela sua prosa aprazível, detalhada, introspectiva e poética. Mais precisamente, ler “As crônicas marcianas” é uma viagem de autoconhecimento. 

          

         “As crônicas marcianas” é um conjunto de pequenos contos (crônicas) de ficção científica escrito por Ray Bradbury em diferentes épocas e publicados em semanários a partir de 1940. Estes contos foram compilados em um único livro digamos... de forma perfeita! Principalmente no que se refere às amarrações ou os entrelaçamentos entre os contos. 
      
        O tema recorrente é a invasão de marte por parte dos terráqueos - e não o contrário - através de expedições exploratórias do decorrer de algumas décadas. Gerando com isso conflitos com desfecho humanamente terrível e catastrófico. 
         
          O primeiro conto se passa em 1999 chama-se o verão do foguete, já o último acontece em 2026, o piquenique de um milhão de anos, é importante ressaltar que este livro foi escrito na década de 40.
Sinopse da editora:
"Publicadas originalmente em revistas de pulp fiction, no final dos anos 1950, nos Estados Unidos, As crônicas marcianas foram reunidas num livro por seu autor, no início dos anos 1960, e interligadas por pequenas costuras narrativas. As crônicas acabaram formando emocionante panorama imaginário da chegada do homem a Marte e da colonização do planeta pela espécie humana. Livro que pode ser visto como um romance fragmentado ou uma seqüência conceitual de contos."







quinta-feira, 4 de abril de 2013

05 - Como é



05 - Samuel Beckett; Como é; Editora Iluminuras; 2002; 188 páginas – Período de leitura: 03/04/13 - 20/04/13

Comentário:
Bom,... eu já tinha lido algo parecido com este “como é” de Samuel Beckett, estou me referindo a um conto “Um mês em Dachau” do russo Vladímir Sorókin. - Relata a historia de um cidadão russo que é torturado pela Gestapo – é feérico e violento - e narra suas experiências de forma entrecortada, entre lapsos e totalmente desprovida de sentimentos de dignidade.

MAS NADA! Nada me preparou para ler este livro. ...lembra Kafka no fato de fazer o leitor sentir-se perdido, porém Kafka é sutil, muito sutil se comparado a Samuel Beckett, seu livro “como é“ não tem coesão e coerência, é como estar ferido e procurando uma saída em meio a escombros em uma cidade devastada pela guerra. O texto é apresentado por uma seqüência de trechos separados por espaços em branco – se por uma razão qualquer eu retornar a ler um destes trechos – tinha uma concepção diferente a cada relida e era como se eu lesse pela primeira vez, é uma forma de leitura que não se fixa na mente – impossível cair no confortável e dizer: “agora estou entendendo” ou “agora peguei o jeito”. – experiência estranha, baseada apenas na interpretação pessoal. Um vislumbre, uma ideia, sonhos e lembranças.

“Como é” é a anti-poesia e também a anti-prosa, o próprio narrador perde o controle narrativo. “como é” é carregado de escatologia e sarcasmo, é também bizarro e sadomasoquista. Mas uma pequena frase, ou melhor duas, que representam bem a experiência de ter lido “como é” retiro do próprio livro: “como saber” ou “algo errado ai”

Sinopse da editora:
"Escrito originalmente em francês, em 1961, esse livro leva a extremos a desestabilização dos elementos estruturais do romance. A instabilidade introduzida nessa obra manifesta uma crítica à busca de controle e poder da parte do escritor.

Romance que não tem nada de romanesco, drama apocalíptico irrepresentável em mais de um sentido e fim enfático de qualquer responsabilidade de 'Eu' lírico, trata-se, enfim, de uma obra 'como (ela) é' - uma das melhores escritas no século XX e que consegue sê-lo a partir de uma rara economia narrativa e anímica, que de tanta 'falta' pode ser também quase tudo."